Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2007

Ansiedade e Angústia

Apesar de muito próximas nas suas definições existem algumas diferenças. A principal é de que alguém se pode sentir ansioso sem se sentir angustiado, mas ninguém se pode sentir angustiado sem sentir ansiedade. A ansiedade é uma consequência da angústia, mas não só. Por vezes acontece, pelo facto de a ansiedade ser "residente", o indivíduo sentir-se angustiado sem antes ter experimentado qualquer pico de ansiedade. Também a nível das sensações físicas características de cada uma a angústia localiza-se normalmente entre o peito e a garganta, enquanto que a ansiedade, mais generalizada, traduz-se em dificuldades de respiração e taquicardia(pulsação acelerada). --- Angústia - Estado psicológico de inquietação, de receio difuso, i.e., sem objecto aparentemente determinado e que pode ser acompanhado de manifestações somáticas como a constrição do torax ou da laringe(neste caso fala-se de globus histericus : sensação de ter um nó na garganta ou corpo estranho na faringe). Ansiedade

"Falta de sono desliga centros do cérebro que controlam emoções"

"Cientistas conseguiram provar neurologicamente por que motivo a falta de sono conduz a um comportamento emocional irracional, com reacções exageradas a experiências negativas, pode ler-se num artigo hoje publicado na revista Current Biology. Segundo o estudo, a privação de sono "desliga" a região do lóbulo pré-frontal, que normalmente mantém as emoções sob controlo, provocando nos centros emocionais do cérebro uma reacção exagerada a experiências negativas." (in CiênciaHoje - ler artigo completo - tempo de leitura: 3 min.)

Pedras de vidro ou telhados de ferro ?

Na minha existência tenho factos de que me orgulho mais do que outros. E naqueles que não me orgulho tanto, pessoas houve que os partilharam comigo, para o bem e para o mal. Algumas dessas pessoas ficaram no passado com esses mesmos momentos, outras houve que me continuaram a acompanhar. Desses momentos e daquelas figuras que ficaram no passado, com quem me cruzo de quando em vez, e de outras personagens que ainda me acompanham nesta vida, sinto ocasionalmente autênticos arremessos verbais que procuram aliviar más arrumações na mente dos seus autores. Outrora sentiria tais arremessos como pedras a quebrarem alegados telhados de vidro meus. Hoje em dia quem os envia poderá ainda senti-los como tal. E fica a aguardar o som dos vidros partidos. O problema - deles, entenda-se - é que eles não ouvem esse som. E a pedra fica a pesar-lhes na mão. Já experimentei e convidei muitos outros a exercerem as mais fantásticas metáforas sobre estas estranhas circunstâncias. Já imaginei e convidei a im

Desilusões, decepções, ingratidões e outras confusões

A humanidade está cheia de equívocos mentais, perpetuados por uma fraca ou inexistente abordagem clara e acessível às dinâmicas das emoções, sentimentos e pensamentos. Um desses grandes equívocos é a expectativa de gratidão, de retorno ou recompensa quando ajudamos ou apoiamos alguém. Pensamos nós que ao ajudar alguém, quando precisarmos desse alguém esse alguém estará por lá para nos apoiar. Mesmo que conscientemente não façamos essas contas de dever e a haver, há parte de nós que parece tomar nota dessa nossa dádiva e a expectativa fica. Oh quão confusos, enganados e tristes andamos nós. Quando cometemos esse ignóbil acto inconsciente estamos a colocar-nos uma grilheta de expectativa que nos vai prender a um passado de acumulados positivos e negativos. E esse acumulado pesa já por si. É um acumulado de aprendizagens e deve ser apenas considerado como tal. Se o usarmos como condicionamento de bloqueio de futuras experiências estamos a criar o terreno para que surjam as tais desilusões

Um dia todas as campanhas de publicidade serão assim

Um dia vi esta campanha na rua, nesse dia pensei "tenho de colocar esta campanha no blog". O dia passou e eu não pus. Um dia relembraram-me de a colocar. Hoje é o dia. (clique aqui para ver os pacotes de açucar ) obrigado Miguel :)

Cristalização de pensamentos negativos

Antes de fechar os olhos coloque na sua mente um pensamento negativo. Segure-o nas suas duas mãos. Pode ter uma textura estranha. Uma densidade diferente. Não se surpreenda com essa situação. É perfeitamente natural. Também não se vai agarrar às suas mãos, nem subir pelos seus braços. Esse pensamento irá ficar estranhamente quieto. Até porque não é todos os dias que as pessoas andam por aí a agarrar os seus pensamentos negativos. De facto, o que vai acontecer é que você vai mesmo surpreender esse pensamento negativo. Ao surpreender esse pensamento negativo, agarrando-o, irá observar que ele irá começar a ficar mais rígido e frio. Irá cristalizar. Deixe-o seguro apenas numa mão. Agarre-o com uma só mão. Com a sua outra mão posicione o seu rato (o rato deste seu computador), o cursor, sobre a tecla de "play" - não carregue ainda. Coloque apenas o cursor sobre a tecla. Certifique-se que o som do seu computador está ligado - nem muito alto, nem muito baixo. Agora...feche os olhos

"O Sonho Impossível" Pessoa/Bethania/Buarque

"Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espectador de mim mesmo, Eu tenho que ter o melhor espectáculo que posso. E assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis." Fernando Pessoa, Livro do Desassossego

O Sinal

Se estavas à espera de um sinal para fazer aquela coisa especial e positiva que já há algum tempo pensas fazer, aqui está ele: o sinal ! --- "O inverosímil em matéria de sentimentos é o sinal mais seguro da verdade." Léon Tolstoi

O criador de inseguranças

Na nossa vida existe um personagem estranho, de função ainda mais estranha. É um personagem que nos incomoda, apoquenta, perturba, provoca. Enfim...que nos faz sentir mal, pensamos nós que com alguém. Pensamos sempre que esse mal-estar que sentimos é provocado para com alguém ou por um alguém. Pensamos nós que este personagem nada tem a ver com o assunto, mas tem. Mais do que ter a ver com esse assunto...é ele que cria esse assunto e esse mal estar. Não percebemos bem porque é que esse personagem cria esse mal estar. Provavelmente porque se sente agredido, atacado e reage. E causa-nos esse mal estar. Aquilo que esse personagem sente é medo. Receia. Não sabe muitas vezes o que receia. Se frustração, se rejeição, se culpa. Mas receia e reage. Contra nós. Para não recear, reage. E ao reagir, a sua insegurança, que se transfere para nós, não a aceitamos - muitas vezes porque nem a entendemos - projectamo-la. Projectamos das mais diversas formas. Sendo a agressão uma das muitas possíveis fo

Tese de Gurdjieff

Tese do pensador greco-arménio Gurdjieff , que no início do século passado reflectia sobre o auto-conhecimento e a importância de se saber viver. "Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente, vale como principal". Assim sendo, delineou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress , em Paris. Especialistas motivacionais defendem que, quem consegue assimilar 10 delas, concerteza aprendeu a viver com qualidade interna. Ei-las: 1) Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em si, analisando suas atitudes. 2) Aprenda a dizer não, sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme. 3) Planeie seu dia, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de si. 4) Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus q

A síndrome da montanha

Imagine-se no sopé de uma montanha, que supostamente deveria subir. Olha para o topo da montanha, calcula aproximadamente o esforço que tem de fazer para a subir, e mentalmente a sua criatividade apresenta-lhe vinte razões para não começar a escalá-la agora. Este não é o melhor momento, não apetece, está cansado, tem de recuperar forças, tem de fazer ainda algo antes, etc. etc. De repente olha para um dos seus lados e vê mais outras vinte montanhas que o convidam, quase provocam. Outro argumento rapidamente se coloca na sua mente. Aquela montanha que tem à sua frente não é provavelmente a mais prioritária, mas sim talvez aquela mais a norte ou aquela outra a oeste. E à lista dos argumentos é acrescentada uma montanha de outros argumentos para não subir aquela montanha. Fica parado entre os sopés das várias montanhas que o rodeiam. Talvez à espera que as suas pernas ganhem vida própria e comecem elas uma escalada que não lhe apetece. Mas elas muito dificilmente tomarão essa iniciativa.

TSF-Entrevista a José Luis Pio Abreu

Seremos quem queremos ser ou podemos ser outros? É a questão a que o psiquiatra José Luís Pio Abreu quer ajudar a dar resposta no livro «Quem nos faz como somos» é o ponto de partida para a conversa com Carlos Vaz Marques. Clique para ouvir 1ª parte da entrevista 2ª parte da entrevista 3ª parte da entrevista (obrigado ao Quiet Joseph)

Direito à Irracionalidade

Não somos máquinas. Somos uma versão avançada ou evoluída de uma espécie animal. Somos carne, sangue, osso, energia, alma... Somos seres especiais que aprendemos e crescemos. Mesmo que não o sintamos, nem sempre fazemos o melhor para nós ou para os outros. Duvidamos, questionamo-nos, zangamo-nos, hesitamos. Pairamos indecisos, gritamos. E por vezes, sabe tão bem... Temos um direito inquestionável à irracionalidade. Um direito que vem com uma séria e enorme responsabilidade. A responsabilidade de limitarmos essa irracionalidade no tempo e reenquadrá-la, convertendo a sua energia numa fantástica força criadora e de reposição de equilíbrio. De crescimento. --- "Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se." Soren Kierkegaard

Reencontro

Encontrados abandonados quando eram crias, estes leões foram adoptados por dois rapazes. Quando cresceram, foram deixados na floresta para que se readaptassem à vida selvagem. Um ano depois, os dois rapazes vieram ao local onde os haviam soltado, para dar uma olhadela e, talvez, ver como eles estavam. Este "clip" é do reencontro dos leões com seus pais adoptivos... (não tem som) (obrigado ao Quiet Joseph)

Sozinho e bem acompanhado

Existe um mito, não sei se urbano se universal, de que a felicidade de alguém só é encontrada depois de esse alguém encontrar um outro alguém e que - e aí reside a grande e equívoca questão - só com esse alguém a felicidade será realmente vivida. Não duvido que este formato também funcione - o formato de felicidade a dois - e conheço muito boa gente que encontrou a sua cara-metade, uns mais cedo do que outros. Mas nem sempre é assim. Este formato de felicidade a dois é apenas um de muitos outros formatos possíveis de felicidade. E não só. Ao longo da nossa vida provavelmente sentiremos também que diferentes formatos vão funcionando de uma forma melhoradamente diferente. Acima de tudo, e independentemente de qualquer formato, haverá sempre um alguém com quem é inevitável termos de nos sentir muito bem e felizes. Sem estarmos bem com esse alguém a tarefa tranquila de sermos felizes é muito mais dificultada. É por isso que mais do que pensarmos que possamos estar sozinhos e tristes quando

Muito riso, muito siso

Alguém me disse uma vez, quando eu tinha 10 anos, que ria demais. Que mostrava demais os dentes. Que devia ter juízo. Muito riso, pouco siso. E outras aberrações do género. Não me lembro do nome de tal criatura. Criatura pouco habilitada decerto e pouco dada ao saber de que a felicidade e o sorriso de uma criança é uma flor que se cuida e se faz crescer. Que ajuda a trazer luz a este mundo. Aquela era apenas uma criatura estranha, que ecoava o que outrora alguém lhe havia dito, e de quem já nem lembro o nome. Não porque não quero, mas apenas porque depois dela já sorri e ri tanto que lhe amareleci a foto da memória e o nome escrito a lápis de má qualidade se apagou. Hoje muitas vezes em frente a tristes carrancudos, também muitas vezes me lembro das tristes palavras dessa pobre criatura, que de memória não será merecedora mas de compaixão sim, certamente. E perante esses pobres tristes carrancudos - grupo no qual me insiro de vez em quando - não sorrio nem me rio sozinho - sorrimos e r