E a Venilde contava-me: "Bem... eu, gatos, respeito... à distância..." depois de eu lhe ter dito o quanto gostava de gatos e lhe falava da gataria que vive comigo.
Continuava a Venilde: "Quando tinha quatro anos a minha mãe pediu-me para lhe fazer um recado, à mercearia por baixo da nossa casa. Fui comprar manteiga... Trazia a manteiga bem guardadinha comigo. Atrás de mim veio o gato do merceeiro, a cheirar a manteiga. Entrou na escada e quando fechei a porta, assanhou-se e atacou-me. Rasgou-me o vestido, arranhou-me o peito e a cara toda..."
Engoli em seco. O meu amor felino foi abanado. Sacana de gato, pensei eu.
Percebi também a razão pela qual a Venilde, de forma simpática, me transmitia que não gostava de gatos. Uma querida criatura.
Pois, claro! Com uma experiência daquelas na sua meninice, como é que alguém pode ficar a gostar de gatos?
Esta foi a mola.
A mola que me fez pensar e partilhar convosco a reflexão sobre este mecanismo tão básico