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Mensagens

Estamos aqui para o que der e vier. Já nascemos. Fomos concebidos por alguém em amor e desejo, mesmo que de um tubo de ensaio, somos criação da Natureza e aqui estamos. Não para fazer aquilo que nos dizem para fazer mas para fazer aquilo que aprendemos que faz sentido fazer.

Desertos, túneis, pântanos e buracos

Ykall para todos os sítios que olhava via areia. Ondas de calor transformavam o horizonte revelando-lhe riachos imaginários e oásis sorridentes. Mas ele sabia ainda que eram apenas miragens. Ele possuía, abraçava ainda essa lucidez de caminhante experiente que desde há muitas outras aventuras e desventuras o acompanhava. O calor escaldava-lhe a lucidez mas confiante na sua imaginação, viu-se num túnel. Escolheu um ponto no horizonte e esse ponto passou a ser a sua luz. Avançou na sua direcção. As pernas recebiam o bafo da areia ardente. Os joelhos eram dobradiças de chapa quente, mas as suas coxas estavam um pouco mais frescas. Viu-se num pântano, com água pelos joelhos, de fundo lodoso mas propício a um avanço confortável. Só não podia parar. Por vezes o fundo alterava-se e momentaneamente Ykall surpreendia-se com a água morna do pântano pelo seu peito, enquanto caminhava no túnel da direcção da luz, avançando pelo deserto. Eram buracos no lodo, uns com fundo firme tocado pelos seus p...
Mais cedo ou mais tarde, o amor vence sempre... Não resistas , entrega-te a ele. Liberta-te, disfruta, contempla , cresce...

Mata e esfola

Se um diz amo-te, o outro diz adoro-te. Se um diz muito bem, o outro diz fantástico. Se um diz vem, o outro diz estás comigo. Se um diz vamos, o outro diz estamos a caminho. Se um diz que o dia está lindo, o outro diz que o céu está belo. Se um diz que sente o ar tão fresco, o outro diz que sabe bem respirar. Se um diz que isto não está fácil, o outro diz que vai melhorar. Se um diz semeia, o outro diz rega. Se um diz ilumina, o outro diz para colorir. Se um diz abraço, o outro diz sorriso.

A lua de ferro

A lua de ferro mantém-se impassível. Em contra-luz de fim de dia. De fim de tempestade, Em plano contra-picado. De quem se despede das nuvens enegrecidas, Cansadas e fugidias Num empurrar de vento Do planeta apressado. Temporariamente minguante. Ferrugenta, exausta. Sorri ao contrário Aos restos de luz, De costas para a borrasca Peito aberto à bonança quase nocturna. Aguarda. Firme. O regresso dos últimos raios Do astro maior. Quente, tranquilo que volta De mãos dadas com a estrela parida, Criada e concebida pelo amor do ser. Sorri. Em ferro de castanho e sabedoria Estendendo a ponta brilhante celeste À mão da companheira, Pelo amor construída, Tranquila, aquecida. No abraço do Deus-Sol. E a lua de ferro, No temporário minguante, Em querida mentira, Solta as amarras, cavilhas, parafusos E preconceitos do homem medo. Para um almoço impossível À luz das estrelas mirantes Arrumadas em céu distante. Aquecida. Abraça a mão dada Pela estrela parida em calor de rei astral e presente. No plane...