Nasci com uma caixa de ferramentas para a vida, quase vazia. Demorei muito tempo a perceber o que era importante ter, para viver feliz e sem acidentes de trabalho.
Errei muito, martelei muitas vezes no dedo e serrei muito para além do traçado. Sangrei, tirei falhas, aparafusei quando devia ter colado, colei quando devia ter aparafusado. Agrafei e fechei quando devia ter apenas dobrado. E dobrei quando devia ter agrafado.
Hoje, olho para a minha caixa de ferramentas com um orgulho especial. O orgulho de um feliz e grato sobrevivente, que foi encontrando as ferramentas necessárias e por vezes até mesmo construindo as suas próprias.
E porque tenho tanto orgulho nelas, porque me fazem tanto e tão bom sentido, todos os dias tento partilhar o conteúdo desta minha caixa com quem vai criando ou criou a sua própria caixa de ferramentas. Porque nesse processo de partilha cresço e ajudo a crescer.
Tenho vindo a fazer um balanço daquilo que tenho hoje em dia na minha caixa de ferramentas e pensei que hoje seria um dia tão bom como qualquer outro para a contemplar e partilhar convosco, não me perguntem porquê, aconteceu...se calhar para vos convidar a pensar na vossa caixa, ou convidar a pensar que não têm propriamente uma caixa e têm algo bem mais interessante.
Por isso, aqui vos apresento a minha caixa:
Observação - a capacidade de me observar e compreender, ou construir teses explicativas, sobre o que faço, como ajo e reajo. De observar os meus pensamentos, reconhecê-los, tranquilizá-los ou materializá-los.
Criação - a capacidade de criar dinâmicas mentais compostas por pensamentos, imagens, símbolos, metáforas e diálogos interiores que me ajudam a gerir de forma harmoniosa e natural esta minha existência consciente e não consciente.
Gratidão - a capacidade de agradecer, e de me lembrar de agradecer, o que tenho sido, conseguido, resolvido, crescido. Tudo aquilo que me aconteceu, de bom ou menos bom, aconteceu com um fim. O fim de aprender, de me tornar melhor, de crescer, de me tornar mais forte, mais tolerante, mais compassivo, mais humano.
Perdão - a capacidade de perdoar os outros e a mim próprio. Porque sei que os homens crescem, como eu me sinto a crescer, e que nesse crescimento também erram como eu errei e erro. Porque sei que a energia do perdão é libertadora e criadora. Porque sei que mesmo para aqueles que clamam castigo a outrém, o perdão é o maior dos castigos impostos. E depois se libertam e preenchem aquele espaço anteriormente vazio de luz e substância criadora numa autêntica incubadora de energia vital e transformadora para o bem.
Compaixão - a capacidade de conseguir entender o bem que existe nos outros e em nós próprios. Porque com essa perspectiva de compreensão nos conseguimos desprender de um ego incomodado e assim analisar, entender e agir de forma mais construtiva e dinâmica. Não calando, mas comunicando e agindo de forma mais justa, equilibrada e positiva.
Comunicação - a capacidade de comunicar comigo e com os outros de uma forma assertiva, calma, tranquila e frontal. Como se pensasse alto comigo ou com o alguém que está à minha frente. Porque esta comunicação nos leva a não estarmos silenciosos e em repressão de sentimentos. Porque esta comunicação nos leva a entendermo-nos melhor uns aos outros, nos leva a perceber que também erramos e que os outros por vezes erram sem o perceber. Porque desta forma respiramos melhor, nos sentimos mais leves e felizes.
Respeito - a capacidade de respeitar o espaço, os desejos e os paradigmas de felicidade ou conforto dos outros e de mim. Numa dinâmica de dualidade e equilíbrio entre a felicidade individual e a felicidade do sistema que a envolve e a faz consolidar-se.
Sonho - a capacidade de criar sempre bons e melhores cenários de felicidade individual e do sistema em que vivo e cresço. Não felizes para sempre, mas sempre mais felizes.
Confiança - a capacidade de acreditar que as nossas capacidades são limitadas mas, mais importante que isso, a capacidade de acreditar que uma vez lançada uma estrela ela irá ocupar o seu lugar no céu. A capacidade de acreditar que não vamos precisar de estar ao lado de uma onda para saber que ela chega à praia. A capacidade de acreditar que quando uma árvore crescer as suas folhas serão verdes. A capacidade de entender que apenas podemos regar o chão e preparar o terreno e confiar que o Sol nasce, sem precisarmos de confirmar a alvorada com os nossos próprios olhos.
Questão - a capacidade de acreditar que os meus paradigmas, as minhas ferramentas, os meus sonhos e os meus recursos se forem questionados por mim ou por outros, poderão mudar ou ser reforçados...e finalmente pensar que na minha caixa de ferramentas ainda haverão algumas transformações.
Errei muito, martelei muitas vezes no dedo e serrei muito para além do traçado. Sangrei, tirei falhas, aparafusei quando devia ter colado, colei quando devia ter aparafusado. Agrafei e fechei quando devia ter apenas dobrado. E dobrei quando devia ter agrafado.
Hoje, olho para a minha caixa de ferramentas com um orgulho especial. O orgulho de um feliz e grato sobrevivente, que foi encontrando as ferramentas necessárias e por vezes até mesmo construindo as suas próprias.
E porque tenho tanto orgulho nelas, porque me fazem tanto e tão bom sentido, todos os dias tento partilhar o conteúdo desta minha caixa com quem vai criando ou criou a sua própria caixa de ferramentas. Porque nesse processo de partilha cresço e ajudo a crescer.
Tenho vindo a fazer um balanço daquilo que tenho hoje em dia na minha caixa de ferramentas e pensei que hoje seria um dia tão bom como qualquer outro para a contemplar e partilhar convosco, não me perguntem porquê, aconteceu...se calhar para vos convidar a pensar na vossa caixa, ou convidar a pensar que não têm propriamente uma caixa e têm algo bem mais interessante.
Por isso, aqui vos apresento a minha caixa:
Observação - a capacidade de me observar e compreender, ou construir teses explicativas, sobre o que faço, como ajo e reajo. De observar os meus pensamentos, reconhecê-los, tranquilizá-los ou materializá-los.
Criação - a capacidade de criar dinâmicas mentais compostas por pensamentos, imagens, símbolos, metáforas e diálogos interiores que me ajudam a gerir de forma harmoniosa e natural esta minha existência consciente e não consciente.
Gratidão - a capacidade de agradecer, e de me lembrar de agradecer, o que tenho sido, conseguido, resolvido, crescido. Tudo aquilo que me aconteceu, de bom ou menos bom, aconteceu com um fim. O fim de aprender, de me tornar melhor, de crescer, de me tornar mais forte, mais tolerante, mais compassivo, mais humano.
Perdão - a capacidade de perdoar os outros e a mim próprio. Porque sei que os homens crescem, como eu me sinto a crescer, e que nesse crescimento também erram como eu errei e erro. Porque sei que a energia do perdão é libertadora e criadora. Porque sei que mesmo para aqueles que clamam castigo a outrém, o perdão é o maior dos castigos impostos. E depois se libertam e preenchem aquele espaço anteriormente vazio de luz e substância criadora numa autêntica incubadora de energia vital e transformadora para o bem.
Compaixão - a capacidade de conseguir entender o bem que existe nos outros e em nós próprios. Porque com essa perspectiva de compreensão nos conseguimos desprender de um ego incomodado e assim analisar, entender e agir de forma mais construtiva e dinâmica. Não calando, mas comunicando e agindo de forma mais justa, equilibrada e positiva.
Comunicação - a capacidade de comunicar comigo e com os outros de uma forma assertiva, calma, tranquila e frontal. Como se pensasse alto comigo ou com o alguém que está à minha frente. Porque esta comunicação nos leva a não estarmos silenciosos e em repressão de sentimentos. Porque esta comunicação nos leva a entendermo-nos melhor uns aos outros, nos leva a perceber que também erramos e que os outros por vezes erram sem o perceber. Porque desta forma respiramos melhor, nos sentimos mais leves e felizes.
Respeito - a capacidade de respeitar o espaço, os desejos e os paradigmas de felicidade ou conforto dos outros e de mim. Numa dinâmica de dualidade e equilíbrio entre a felicidade individual e a felicidade do sistema que a envolve e a faz consolidar-se.
Sonho - a capacidade de criar sempre bons e melhores cenários de felicidade individual e do sistema em que vivo e cresço. Não felizes para sempre, mas sempre mais felizes.
Confiança - a capacidade de acreditar que as nossas capacidades são limitadas mas, mais importante que isso, a capacidade de acreditar que uma vez lançada uma estrela ela irá ocupar o seu lugar no céu. A capacidade de acreditar que não vamos precisar de estar ao lado de uma onda para saber que ela chega à praia. A capacidade de acreditar que quando uma árvore crescer as suas folhas serão verdes. A capacidade de entender que apenas podemos regar o chão e preparar o terreno e confiar que o Sol nasce, sem precisarmos de confirmar a alvorada com os nossos próprios olhos.
Questão - a capacidade de acreditar que os meus paradigmas, as minhas ferramentas, os meus sonhos e os meus recursos se forem questionados por mim ou por outros, poderão mudar ou ser reforçados...e finalmente pensar que na minha caixa de ferramentas ainda haverão algumas transformações.
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"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento."
Platão
Platão
Comentários
Com carinho****
Há momentos em que pomos em causa tudo.
Mas é nesses momentos em que temos amigos com caixas bem apetrechadas, que nos ajudam a rever os nossos sentimentos e pensamentos.
Com a certeza porém que hav erá o dia em que somos nós, com a nossa caixa outra vez organizada, que vamos ajudar esse mesmo amigo num momento de crise. E vamos repetir-lhe as palavras que ele próprio nos disse uns tempos atrás :) De facto, a nossa caixa de ferramentas está em constante mutação. Hoje as ferramentas podem ser de aço amanhã de borracha.
Que as estrelas e os anjos te guiem, amigo.