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A depressão crónica da minha sogra


Há uns tempos atrás a minha estimada sogra, de quem gosto muito (mesmo, não estou a ser sarcástico), foi ao seu médico de clínica geral para uma das suas consultas periódicas. Nesse mesmo dia encontrei-a e ouvi atentamente um dos fantásticos diagnósticos que o seu médico lhe havia feito: "a senhora está com uma depressão crónica".
Fiquei de boca aberta, primeiro. De seguida pensei que ela talvez se tivesse enganado nas palavras. Avaliei mentalmente a sua lucidez, sobre a qual não tenho dúvidas, e questionei-a novamente ao que ela me respondeu: "depressão crónica".
-Incrível, disse-lhe eu, o seu médico acabou de a condenar a ficar deprimida para o resto da vida.
Esta história passou-se já há algum tempo e nessa altura não sabia o que sei hoje, e como tal tive o cuidado de confirmar este diagnóstico e a expressão utilizada. De facto, como vim a confirmar, nesse momento era um diagnóstico que alguns clínicos começavam a apresentar aos seus pacientes. Mas o problema é que este "crónica" desta "depressão" não é para toda a vida. Embora o médico que apresenta assim este diagnóstico a um paciente, sem qualquer informação complementar, parece dar a entendê-lo.
A verdade é que para ser considerada depressão crónica (leve ou distimia) bastará o paciente apresentar determinados sintomas recorrentes durante um período de dois anos. Não quer este diagnóstico indicar, ao contrário do que surge conotado com o termo crónico, que o paciente padecerá de depressão até ao fim da sua vida.
No entanto, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se mesmo uma doença crónica sem remissão. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.

(fontes: Pfizer e Portal da Saúde-Ministério da Saúde)
imagem: "Sad Woman" de Gilli Moon

Comentários

Anónimo disse…
obrigado pelo esclarecimento e as melhoras da tua sogra

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