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Do ressentimento ao perdão

O caminho do ressentimento ao perdão passa também pela aceitação da falibilidade, das inseguranças e medos do ser humano.
Aquele que falha, agride e erra não o faz por vontade e desígnio nobre, esclarecido ou iluminado. Fá-lo porque no seu conhecimento limitado de si próprio prefere projectar esses medos atacando, assumindo ignorantemente que o ataque aos outros é a melhor defesa...de si próprio.

Com este princípio presente e perfeitamente adaptável a tantas circunstâncias, abrimo-nos ao caminho da compreensão desse comportamento, da aceitação e finalmente ao encontro do perdão.

Nesse momento, em entendimento com as nossas partes injustiçadas, iniciamos a nossa própria libertação e continuamos a crescer como seres humanos.

(in "A hipnose dos nossos dias" de Mário Rui Santos)

Comentários

Anónimo disse…
Mário Rui

Antes de mais deixe-me apresentar-lhe os meus parabéns pelo excelente trabalho que faz.

Gostaria de dizer-lhe que recbo regularment as suas newsletters e que me ajudam imenso no meu dia à dia.
à 2 anos que luto contra uma deprssão, que me tornou hipocondriaca, com ataques de pânico, etc. Tdos aqueles sintomas que já conhece.
As suas palavras têm me ajudado imenso.
Todos os dias abro o Outlook à espera que venha um email seu.

Muito obrigado e continue o bom trabalho que faz

Helena Silva
Obrigado pelas suas palavras, Helena :)
Se quiser trocar algumas impressões sobre esses assuntos que refere, entre em contacto comigo pelo mrs@marioruisantos.net.
Fique bem, ou melhor ainda.
Anónimo disse…
E (pergunta importante) como nos entendemos com a parte ou partes de nós que se sentem injustiçadas ?
Auto-comunicando e dialogando com essas partes. Interagindo e debatendo.
Anónimo disse…
É verdade, dialogar com as nossas partes que se sentem injustiçadas à vezes funciona. Já tentei, embora por vezes seja dificil estabelecer um acordo saudável entre todas...há umas que são tão teimosas...

Sandra
O "diálogo" por vezes demora algum tempo, é um caminho...
Anónimo disse…
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Se pensam que estão correctos, então não serão maus mas sim temporária ou circunstancialmente ignorantes das consequências das suas acções.
Só por isso deverão ser merecedores da nossa compaixão e desta forma o caminho para o perdão ilumina-se...

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