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"Muito riso, pouco siso." (???)

















Alguém à minha frente, enquanto conversavamos, começou a rir às gargalhadas. Mas uma fracção de segundo depois puxou o lábio de cima para baixo, fechou a boca e tapou-a com a mão. Sem se aperceber do que estava a fazer.
Observando este interessante fenómeno, perguntei-lhe: "quem é que te dizia para não te rires quando eras pequenina?".
Ela fixou o olhar em mim, fazendo uma viagem no tempo, e disse-me: "a minha mãe dizia-me muitas vezes 'muito riso, pouco siso'..."
Caramba! As coisas que se dizem às crianças. Pensei eu.
Pior que esta só mesmo aquela: "as desculpas não se pedem, evitam-se!", ou "um homem não chora", ou "90% ?? mais 10 e tinhas 100%", ou "não se pode confiar nas pessoas...", ou "nunca hás de ser ninguém na vida", ou "não há bela sem senão", ou... outras barbaridades e parvoíces do género.
Enfim... aquilo que nos disseram quando eramos pequenos, ou que ouviamos dizer em relação aos outros, ficou registado. Entranhado. Sem querer, vamos repetindo ou agindo em conformidade, pensando nós que é mesmo assim, que aquilo é a VERDADE.
Mas não é!
Aquilo era o medo do outro, a insegurança da mãe, a tensão do pai, a idiotice do professor, a crítica do avô, a estupidez do irmão ou de alguns colegas de escola... que se transformavam em palavras e lhes saíam da boca. Aterrando numa mente de criança que, sem filtros, tudo absorvia como uma espécie de verdade absoluta.
Resgatemos a nossa criança. Libertemo-la destas palavras que nos limitam e nos condicionam...

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