Escrevo muitas vezes sobre a rejeição, não só porque já a senti na pele de uma forma primária e animal numa quase outra existência de mim, mas também porque me surgem muitas pessoas a procurar os meus serviços com esse objectivo.
Entendem as pessoas, de uma forma geral, que podem ser rejeitadas. E este é um primeiro princípio, ou pressuposto, que vale a pena observar.
O ser humano é um conjunto sistémico de matéria, pensamentos e acções. Ora, tendo em conta este ponto de partida, aquilo que se observa como entidades rejeitadas, poderão ser de forma isolada cada um destes três componentes ou todo o sistema.
Assim, poderá haver rejeição do sistema ou de cada um dos três componentes. No entanto, o primeiro componente visível e rejeitável que poderá levar a uma rejeição sistémica serão, tendencialmente, as acções ou ausências delas. Esse é o primeiro nível de rejeição e sempre reversível.
A neutralização de uma rejeição passa por alterar esse primeiro nível, num contexto de respeito pelo próprio ser e bem-estar. Sendo essa alteração exequível se após uma auto-análise se chegar à conclusão de que essa alteração é coerente com os nossos princípios.
Por outro lado, e num equivalente nível de importância, aquilo que se entende ser rejeição por parte dos outros é, na maior parte dos casos, a assumpção de uma incapacidade de comunicação. Ou seja, aquele que rejeita numa dinâmica de afastamento ou evitamento, é alguém que não sabe comunicar o seu desconforto ou desacordo. Optando assim, de uma forma básica, por uma dinâmica de demissão e não uso dessa fantástica capacidade humana que é a comunicação.
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