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A outra estrela


Ontem enquanto chegava a Lisboa ao fim do dia, com um céu ainda algo iluminado, vi cair do céu um pedaço. Um pedaço de algo, de estrela, de planeta morto ou de satélite perdido. Um pedaço que mais parecia um bocado de espelho que cintilava enquanto caía. E caía de forma tão diferente que surpreendido nem me lembrei de lhe lançar o meu desejo.
Admirava-a.
Admirava aquela estrela cadente, como lhe chamei na altura. E só depois de ela desaparecer em pó - em pó de estrela, presumo eu - seleccionei um dos meus muitos e bons desejos e lhe lancei, como despedida.
Ainda hoje de manhã, quando acordei, me lembrava daquela estrela cadente-cintilante a quem lancei um desejo de despedida. Enquanto sentia uma outra estrela que não cai, e que por isso não é verdadeiramente uma estrela cadente. Será mais uma estrela nascente e poente.
Mas é uma estrela próxima, que nos aquece e ilumina e à qual também podemos pedir desejos ou apenas companhia.
E assim fiz, pedi o desejo e fiquei na sua companhia. Sorrindo-lhe de olhos fechados.
Porque ao Sol sorrimos com os olhos fechados para ele nos iluminar também por dentro.

---
"Não devemos parar de explorar
E no fim de todas as nossas explorações
Chegaremos aonde começámos
E conheceremos esse sítio pela primeira vez."
T.S. Eliot

Comentários

Virgínia Dias disse…
Que esse desejo se concretize primo!
Também gosto de deitar-me ao Sol, de olhos fechados claro, deixar que ele me ilumine de forma a esclarecer a prioridade dos meus desejos e como atingi-los :)
Anónimo disse…
Bem-vindo Mário, boa luz e melhores desejos para ti também :)
Anónimo disse…
Mário, as sessões públicas no Algarve são de entrada grtauita ?
Sim, Isabel - são de entrada gratuita - aos restantes um abraço pela visita e pelos comentários
Anónimo disse…
Porque crescemos
Aprendemos
Amadurecemos
Vemos com outros olhos
Outro filtro
Paula noguerra disse…
Que a luz te ilumine sempre: por dentro como por fora!!!

Com ternura***
Este é um blog vivo, de partilha e de co-construções de alternativas aos formatos e aos paradigmas existentes.
A sua vida depende não só de mim mas de quem o visita, de quem o lê e de quem o comenta.
Todos os comentários são lidos - mesmo nos textos mais antigos - e, sempre que se justificar também os comentarei.
Por isso verão na maior parte dos textos este meu comentário e esta minha explicação - a sua presença é uma prova de que o blog está vivo e de braços abertos para a vossa mais que bem-vinda partilha.
Esse comentário pode ser feito directamente nesta página, mas se tiver problemas de ordem técnica envie-me por favor o seu comentário identificando o nome do texto que quer comentar para comments@hipnozz.com e eu publicá-lo-ei com o seu conhecimento.
Obrigado pela sua visita e pelo seu comentário.
Volte sempre :)
Poesia disse…
De onde nos vem a responsabilidade quando estámos em momentos de irracionalidade?
Não é uma crítica, é uma pergunta para aprender, para saber como "isso" funciona

Abraço
Miguel
Poesia disse…
De onde nos vem a responsabilidade em estados irracionais?
È uma pergunta para aprender, não uma crítica

Abraço


Miguel
Vem de onde ela sempre esteve - de dentro de nós. Só que às vezes nos esquecemos dela.

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