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Do impensável ao insignificante

Aquilo que era para nós impensável, um dia acontece.
Quando acontece, parece que não é verdade - negamos, não aceitamos.
O impensável torna-se inaceitável.
Recusando-nos a aceitar, procuramos responsáveis, culpados.
Alguém a quem castigar. Talvez nós próprios.
O inaceitável torna-se imperdoável.
E assim nos mantemos durante dias, meses, anos, décadas... talvez séculos - atravessando outras existências. Zangados. Revoltados. Tristes.

Um dia, distraídos com algo que chama a nossa atenção, constatamos o que aconteceu.
Constatamos, observando de forma prática, pragmática. Aconteceu! Está feito. Foi dito. Acabou!
Nesse momento a mudança acontece. Um ciclo diferente começa.
A aceitação inicia-se.
O impensável torna-se um facto.
E um facto é isso mesmo. Um facto.
Podemos não gostar ou discordar, mas aconteceu.
A aceitação consuma-se. Do facto retira-se a aprendizagem, saber, conhecimento.
Sem culpa nem acusação.
Aceitamos ou adaptamo-nos.
Crescemos.
O impensável transforma-se em experiência, aprendizagem, saber, conhecimento.
O saber interioriza-se e o impensável assume-se. Como pouco ou nada significativo.
Até que um dia se converte em insignificante.
Este é o caminho da alquimia interior.

www.MarioRuiSantos.net
www.Hipnose.Pro

Comentários

Anónimo disse…
E quando sentimos que não acabou? o que fazemos?
Fazemos nós por acabar.
Mudamos, reposicionamo-nos ou adaptamo-nos.

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