18h45 ligo para um número de alguém que me ligou para o telemóvel. Um número que não conheço e procuro identificar, como habitualmente faço quando alguém me liga e não posso atender.
Do outro lado da linha a voz de uma mulher. Familiar. Familiar demais.
"Mário Rui ?" - pergunta-me aquela voz.
"Sim, sou eu !" - respondo, estúpida e injustificadamente zangado. Mais tarde percebo porquê.
- O que queres ? - continuo eu. Zangado, ainda sem saber porquê.
- Ligaste-me, e eu liguei-te de volta ! - diz-me aquela voz do passado.
- Impossível ! Nem sequer tenho o teu número...não percebo o que estás a querer dizer !
Do outro lado a voz insiste: - Ligaste-me !
- Impossível ! - respondo eu ainda zangado.
- Pois não sei o que aconteceu ! - diz-me a voz - Mas está tudo bem contigo ? Com os miúdos também ?
- Sim. - mais calmo - E contigo ?
- Tudo lindamente. Já agora aproveito para te desejar um feliz natal.
- Um feliz natal também para ti.
Desligámos.
Mais tarde liguei para aquela voz do passado.
Pedi-lhe desculpa pelo meu tom zangado, perguntei-lhe tranquilamente como estava e despedi-me, pacífico.
Deixando de novo aquela voz...no passado.
Do outro lado da linha a voz de uma mulher. Familiar. Familiar demais.
"Mário Rui ?" - pergunta-me aquela voz.
"Sim, sou eu !" - respondo, estúpida e injustificadamente zangado. Mais tarde percebo porquê.
- O que queres ? - continuo eu. Zangado, ainda sem saber porquê.
- Ligaste-me, e eu liguei-te de volta ! - diz-me aquela voz do passado.
- Impossível ! Nem sequer tenho o teu número...não percebo o que estás a querer dizer !
Do outro lado a voz insiste: - Ligaste-me !
- Impossível ! - respondo eu ainda zangado.
- Pois não sei o que aconteceu ! - diz-me a voz - Mas está tudo bem contigo ? Com os miúdos também ?
- Sim. - mais calmo - E contigo ?
- Tudo lindamente. Já agora aproveito para te desejar um feliz natal.
- Um feliz natal também para ti.
Desligámos.
Mais tarde liguei para aquela voz do passado.
Pedi-lhe desculpa pelo meu tom zangado, perguntei-lhe tranquilamente como estava e despedi-me, pacífico.
Deixando de novo aquela voz...no passado.
Comentários
Qdo a vida nos obriga a continuar a viver num passada quando no fundo queremos é seguir em frente... é quando nos perguntamos muitas vezes porquê??? vivo o meu passado no presente e NÃO QUERO... doi mto...
As restrições do "Destino"* não devem interferir em qualquer relação, muito menos numa boa amizade.
Aprendi que o Amor nos dá a capacidade de entender tudo, inclusive os desencontros que só se dão quando não os entendemos.
Mas, sim, continua a doer, mas se continuamos vivos, é porque somos mais fortes e intensos que a dor.
* vida, caminho, percurso... sempre conscientes do nosso livre arbítrio.
Quando as ouvimos ou sentimos é como a t.c. escreve: é sempre uma oportunidade de as deixar de novo no passado. Porque há vozes que só fazem sentido num passado sem sentido, um passado de que aprendemos o que já tinhamos a aprender.
ção.Existe um ritual de limpeza e transformação das nossas lembranças que os Hawaianos chamam de HO'OPONOPONO. Vale a pena conhecer - www.hooponopono.cm.br
sobre essa técnica/ritual há uns tempos atrás.
Obrigado por mo lembrares :)
E sabes: há partes do nosso passado que vamos sempre amar mais do que outras. E isso não nos impede de amar o nosso passado.
Em nós se transforma e de nós parte.