Sim, irmão, vi-o e senti-o mais uma vez. Agora foi numa carruagem de metro em Paris. Ontem. Ao final da tarde, um homem de origem asiática entrou numa das estações, quase no final da linha. Esse homem trazia com ele um trolley, um daqueles que algumas senhoras usam para trazer as compras. Era um homem limpo, com vestes muito modestas. Os seus olhos eram rasgados mas não muito. O que me levou a imaginá-lo mais como um vietnamita ou cambodjano, não sei bem porquê. Depois de ter encostado o seu trolley de forma segura, respeitosamente sentou-se junto de duas senhoras, uma mais jovem e outra na casa dos cinquenta. Num daqueles bancos de dois mais dois lugares em que as pessoas ficam viradas umas para as outras (uma fantástica invenção de alguém que obrigou o ser humano a olhar para o ser humano). Após sentar-se, o homem retirou de um dos seus bolsos aquilo que parecia ser um passaporte cuidadosamente guardado num plástico. Tirando o plástico e colocando-o no banco vazio à sua frente. E com...