2007/07/31

As quatro coisas


1-Perdoa-me

2-Perdoo-te

3-Obrigado

4-Amo-te

Estive há já alguns meses a assistir a um seminário sobre cuidados paliativos, e das muitas informações que foram referidas retive especialmente este facto: quando alguém está próximo da morte existem quatro coisas que normalmente gostaria de dizer a algumas das pessoas que o ou a acompanharam durante a vida - perdoa-me, perdoo-te, obrigado e amo-te.

Facto este suportado também pela experiência do médico Ira Byock, que já há longos anos acompanha doentes terminais.

Pela forma simples como me apresentaram este facto, e pela posterior investigação que fiz, deduzi que estas quatro afirmações são pretendidas dizer por quem está a morrer não por esta exacta e rígida ordem, mas adequada às circunstâncias e ao papel que cada personagem teve na vida desse alguém.

A algumas pessoas sentiremos um dia que gostariamos de ter dito "perdoa-me", "perdoo-te", "obrigado" ou "amo-te"...antes de finalmente lhes dizermos "adeus".

2007/07/30

A verdade, verdade...



Estar onde estou, se não estiver desconfortável, se nada me incomodar, se não estiver triste ou aborrecido é um bom sítio ou momento para estar e ficar ?
E se pensar que onde estou, no espaço, no tempo e nas circunstâncias, não é mau de todo, mas poderia estar ou sentir-me ainda melhor ?
E se não me sinto ainda melhor no tempo e na circunstância, será que os posso melhorar, mudando a minha forma e perspectiva de os experimentar ou viver ?
E se mesmo mudando a minha forma ou a minha atitude de os viver, eles continuam, ainda assim, pouco interessantes ?
Serei eu ? Ou serão essas circunstâncias ?
Sendo essas circunstâncias pouco interessantes porque serei eu que tenho de me adaptar a elas ?
Terei eu a possibilidade de ver o que de melhor essas circunstâncias, esses momentos, me podem oferecer ? Ou estarei eu a fazer um esforço inglório para ver o que não existe ?
Ou estarei eu já a fazer um esforço para ver o pior ?
Estarei eu numa busca constante de confirmação do negativo em vez de procurar o positivo e surpreender-me com ele ?
Estarei eu neste fácil esforço de uma confirmação fácil de um negativo obviamente fácil de confirmar ?
Ou estarei hesitante porque prefiro um facilitismo de confirmação em vez ter mais uma desilusão ?
Assim, pelo menos tenho a certeza de que não sou desiludido porque a única coisa que espero é a confirmação da minha desilusão.
É mais fácil assim. É mais fácil constantemente confirmar o negativo ou o vazio.
Sinto-me menos frustrado. Menos provocado a encher o meu próprio vazio. E isso cansa-me.
É mais fácil, ficar quieto, parado, não sonhando nem sorrindo.
Sorrir dá trabalho. E aliás, é estúpido sorrir quando nem sequer tenho vontade de sorrir.
Sim, para quê sorrir. Que estupidez sorrir quando não há razão para sorrir.
O quê ? É estúpido ficar triste quando não há razão para ficar triste ??
Não me provoquem, não me cansem.
Quem vos disse que não tenho razão para estar triste ?
Tenho, tenho e tenho !
Sinto-me a fazer parte de um outro mundo.
E a verdade...a verdade é que esta minha pele verde e este olho na testa também não me ajudam muito.

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"O sol é para as flores o que os sorrisos são para a humanidade."
Joseph Addison

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Lou Reed - "Take a walk on the wild side"

2007/07/27

Propriedade ou usufruto e contemplação



"A propriedade é o roubo."
Pierre-Joseph Proudhon

2007/07/26

O silêncio dos culpados


O conceito de culpa não é uma coisa que me faça muito sentido. Mas esta é mais uma daquelas situações em que temos de gerir a precariedade das palavras existentes nos nossos dicionários, e à falta de melhor lá a vamos usando.

Assim, usamos a culpa para identificar a autoria voluntária ou involuntária de determinadas circunstâncias, factos, situações, etc. E a cada dia que passa, e que vou vivendo, faz-me cada vez mais sentido eu ir analisando as minhas autorias e as de quem me rodeia, especialmente daquelas pessoas com quem vou trabalhando ou as pessoas que me são mais próximas.

É para mim uma dinâmica imprescindível de desenvolvimento, meu e de quem me rodeia. Entendendo e melhorando. Por isso, cada vez menos me calo. Por isso, cada vez acho mais que vale a pena. Por isso, às vezes sou incómodo.
Incómodo, porque confronto, sempre dando a minha face para me confrontarem com aquilo que também vou fazendo menos bem e de peito aberto para assumir a minha responsabilidade, a minha autoria. É isto que me faz sentido.
Há quem lhe chame assertividade, eu chamo-lhe tranquilidade. Uma força tranquila.

Acredito também que esta forma de estar faz cada vez mais sentido para um também cada vez maior número de pessoas, e que esta propagação pode mudar o mundo. E vai mudar o mundo.
Mas numa fase de transição, temos de ter um crescimento adaptado e pedagógico de acordo com as circunstâncias, lembrando sempre - e isso é fundamental - que erramos também, e bastante.
E esta adaptação e pedagogia materializa-se na forma calma e tranquila como expomos a situação e no espaço e tempo que damos para a necessária e indispensável contra-argumentação.
Temos assim tempo para pensar e deixar fluir as palavras e a sua energia. Primando por manter sempre um tom de conversa e nunca de discussão.
Assim, a conversa flui, as impressões trocam-se e novas perspectivas constroem-se.
É isto que me faz sentido.

No entanto este é um processo que nos coloca a todos em contacto com aquilo que fazemos bem e menos bem, e nem sempre as pessoas gostam de ser confrontadas com aquilo que de menos bem fazem na vida. Consideram-se imutáveis e que aquilo que fizeram faz parte da sua matriz, sem qualquer possibilidade de reenquadramento. Preferem sentir-se incomodadas, gritar, amuar, ficar silenciosas, ressentidas...algumas chegam mesmo a afirmar que essas energias menos interessantes que geram nelas próprias as fazem viver. Como se o rancor, a culpa, o ressentimento e outros similares tivessem uma utilidade na permanência na vida de alguém.
Essas pessoas precisam de nós, somos responsáveis perante elas, pelo seu reenquadramento destes tão pouco interessantes sentimentos.
Não são pessoas de energias negativas, não. Isso não faz sentido.
São pessoas vazias de luz, que precisamos de ajudar a abrir uma janela, a afastar as cortinas, a tirar as mãos dos olhos. E que também por vezes nos ajudam a aclarar algumas partes de nós. São desafios que a vida nos coloca, como muitos outros que nos vai colocando.
E perante estes desafios a única opção não viável é o silêncio.

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"Ao quebrar o silêncio a linguagem realiza o que o silêncio pretendia e não conseguiu obter."
Maurice Merleau-Ponty
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REM - "Losing my religion"

2007/07/25

Se eu pudesse







Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...

Alberto Caeiro - in "O Guardador de Rebanhos"

2007/07/23

A caixa de ferramentas

Nasci com uma caixa de ferramentas para a vida, quase vazia. Demorei muito tempo a perceber o que era importante ter, para viver feliz e sem acidentes de trabalho.
Errei muito, martelei muitas vezes no dedo e serrei muito para além do traçado. Sangrei, tirei falhas, aparafusei quando devia ter colado, colei quando devia ter aparafusado. Agrafei e fechei quando devia ter apenas dobrado. E dobrei quando devia ter agrafado.
Hoje, olho para a minha caixa de ferramentas com um orgulho especial. O orgulho de um feliz e grato sobrevivente, que foi encontrando as ferramentas necessárias e por vezes até mesmo construindo as suas próprias.
E porque tenho tanto orgulho nelas, porque me fazem tanto e tão bom sentido, todos os dias tento partilhar o conteúdo desta minha caixa com quem vai criando ou criou a sua própria caixa de ferramentas. Porque nesse processo de partilha cresço e ajudo a crescer.
Tenho vindo a fazer um balanço daquilo que tenho hoje em dia na minha caixa de ferramentas e pensei que hoje seria um dia tão bom como qualquer outro para a contemplar e partilhar convosco, não me perguntem porquê, aconteceu...se calhar para vos convidar a pensar na vossa caixa, ou convidar a pensar que não têm propriamente uma caixa e têm algo bem mais interessante.

Por isso, aqui vos apresento a minha caixa:

Observação - a capacidade de me observar e compreender, ou construir teses explicativas, sobre o que faço, como ajo e reajo. De observar os meus pensamentos, reconhecê-los, tranquilizá-los ou materializá-los.

Criação - a capacidade de criar dinâmicas mentais compostas por pensamentos, imagens, símbolos, metáforas e diálogos interiores que me ajudam a gerir de forma harmoniosa e natural esta minha existência consciente e não consciente.

Gratidão - a capacidade de agradecer, e de me lembrar de agradecer, o que tenho sido, conseguido, resolvido, crescido. Tudo aquilo que me aconteceu, de bom ou menos bom, aconteceu com um fim. O fim de aprender, de me tornar melhor, de crescer, de me tornar mais forte, mais tolerante, mais compassivo, mais humano.

Perdão - a capacidade de perdoar os outros e a mim próprio. Porque sei que os homens crescem, como eu me sinto a crescer, e que nesse crescimento também erram como eu errei e erro. Porque sei que a energia do perdão é libertadora e criadora. Porque sei que mesmo para aqueles que clamam castigo a outrém, o perdão é o maior dos castigos impostos. E depois se libertam e preenchem aquele espaço anteriormente vazio de luz e substância criadora numa autêntica incubadora de energia vital e transformadora para o bem.

Compaixão - a capacidade de conseguir entender o bem que existe nos outros e em nós próprios. Porque com essa perspectiva de compreensão nos conseguimos desprender de um ego incomodado e assim analisar, entender e agir de forma mais construtiva e dinâmica. Não calando, mas comunicando e agindo de forma mais justa, equilibrada e positiva.

Comunicação - a capacidade de comunicar comigo e com os outros de uma forma assertiva, calma, tranquila e frontal. Como se pensasse alto comigo ou com o alguém que está à minha frente. Porque esta comunicação nos leva a não estarmos silenciosos e em repressão de sentimentos. Porque esta comunicação nos leva a entendermo-nos melhor uns aos outros, nos leva a perceber que também erramos e que os outros por vezes erram sem o perceber. Porque desta forma respiramos melhor, nos sentimos mais leves e felizes.

Respeito - a capacidade de respeitar o espaço, os desejos e os paradigmas de felicidade ou conforto dos outros e de mim. Numa dinâmica de dualidade e equilíbrio entre a felicidade individual e a felicidade do sistema que a envolve e a faz consolidar-se.

Sonho - a capacidade de criar sempre bons e melhores cenários de felicidade individual e do sistema em que vivo e cresço. Não felizes para sempre, mas sempre mais felizes.

Confiança - a capacidade de acreditar que as nossas capacidades são limitadas mas, mais importante que isso, a capacidade de acreditar que uma vez lançada uma estrela ela irá ocupar o seu lugar no céu. A capacidade de acreditar que não vamos precisar de estar ao lado de uma onda para saber que ela chega à praia. A capacidade de acreditar que quando uma árvore crescer as suas folhas serão verdes. A capacidade de entender que apenas podemos regar o chão e preparar o terreno e confiar que o Sol nasce, sem precisarmos de confirmar a alvorada com os nossos próprios olhos.

Questão - a capacidade de acreditar que os meus paradigmas, as minhas ferramentas, os meus sonhos e os meus recursos se forem questionados por mim ou por outros, poderão mudar ou ser reforçados...e finalmente pensar que na minha caixa de ferramentas ainda haverão algumas transformações.

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"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento."
Platão

2007/07/17

Um típico caso de injustificada auto-estima baixa


Paul, um vendedor de uma loja de telemóveis, com baixa auto-estima e confiança em si próprio, mostra-nos o que o faz sonhar durante o dia enquanto vende telemóveis...

(obrigado Anne)

2007/07/16

Encosta-te a mim, abraça-me e recebe-me


Aquele que eu sou és tu. Aquele que eu sou és tu que estive e estou contigo nos bons e menos bons momentos. Eu sou aquele que sobrevivi e resolvi. Eu sou aquele que contigo sorri e contigo chora. Eu sou o que te dá força e te ajuda a levantar, a caminhar, a correr, a brincar. Eu sou aquele que às vezes se cansa e se entristece e que tu amparas e motivas. Eu sou tu e tu és eu. Quero-te bem. Por isso, sorri comigo. Encosta-te a mim, abraça-me e recebe-me.

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"Sou velho e já passei por muitas dificuldades, mas a maioria delas nunca existiu."
Mark Twain

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"Encosta-te a mim" - Jorge Palma
(obrigado Francisco)

2007/07/13

"How to save a life" - FRAY



Em primeiro lugar dizes "precisamos de falar". Ele levanta-se e tu dizes para ele se sentar. Ele sorri de volta para ti e tu olha-lo fixa e tranquilamente. Uma espécie de janela à tua direita, enquanto ele vai para a esquerda. Entre as linhas de medo e culpa, começas a perguntar-te porque vieste.

Fá-lo saber que podes fazer melhor porque é isso mesmo, tu sabes fazer melhor. Passa pelas suas resistências sem o fazeres sentir inocente. Apresenta-lhe uma lista das coisas não estão tão bem e que sempre lhe foste dizendo. E reza para que ele te ouça.

Enquanto ele começa a levantar a sua voz tu baixas a tua e dás-lhe uma última opção. Entre guiar até perder a estrada ou parar com os outros que ele também seguia.
Ele fará uma das duas e admitirá qualquer coisa, ou dirá que já não é a mesma pessoa e aí perguntar-te-ás de novo o que estás ali a fazer.
Onde é que erraste ? Perdeste um amigo entre as coisas amargas.
Tê-lo-ias acompanhado toda a noite se soubesses como salvar uma vida.

(letra adapt. de Fray - "How to save a life")

2007/07/09

Nós, as crianças


Fecho os olhos, respiro fundo e deixo que a minha mente me leve, pairando, viajando. Apetece-me dar um abraço na minha criança interior, na que eu sou, na que fui, na que vive em mim.
E encontro-a num momento menos simpático. Parece um pouco ansiosa, vou até junto dela, explicando-lhe quem eu sou. Estranhamente pouco ou nada surpreendida olha para mim para confirmar e dispor-se a ouvir-me.
Digo-lhe o quanto eu gosto dela e o quanto ela é importante para mim. Para mim, eterno protótipo inacabado de ser mutante. Não adulto, mas em crescimento.
Digo-lhe, em resposta à intranquilidade dela, que tudo vai correr bem e dou-lhe um abraço, sentindo-lhe o coração a acalmar-se. Recebo-a em mim, mais tranquila e sorridente. Sinto a energia dela e volto ao presente, calmo, tranquilo e leve. Muito leve. Como se tivesse encontrado um velho amigo e matado saudades pesadas.
E sorrio, ou melhor...sorrimos.

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"Todas as grandes personagens começaram por serem crianças, mas poucas se recordam disso."
Antoine de Saint-Exupéry
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Sweet Child o´Mine
- Guns´n´Roses

2007/07/05

Entre o silêncio e o grito

Entre o silêncio e o grito há uma distância de mil universos. Uma distância que por vezes se percorre em silêncio porque não se admitem paragens ou mudanças de direcção, para falar, conversar - com os outros ou connosco mesmos.
É um 8 ou 80 de emoções, mas não de sensações ou sentimentos.
É um acumular natural de energias que se depositam no nosso ser e nos rogam que abramos a janela, porque se não o fizermos elas a arrombam.
Entre o silêncio e o grito há o sorriso, a calma e o respeito, a tranquilidade e a frontalidade, mas também o pensar alto e o partilhar.
Se não quiseres gritar, não fiques em silêncio.

2007/07/03

Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar



“Em relação a todos os actos de iniciativa e de criação, existe uma verdade elementar: no momento em que nos comprometemos, a Providência Divina também se põe em movimento. Todo um fluir de acontecimentos surge a nosso favor. Como resultado da decisão, seguem todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajudas que nenhum homem jamais poderia ter sonhado encontrar. Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma o poder, o génio e as magias.”
Goethe
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Começa !

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Obrigado pelos obstáculos !

2007/07/02

Observa


Pega naquele cubo de gelo, fecha a tua mão e observa.
Coloca aquela pedra de areia na peneira e observa.
Ergue aquela enorme pedra tão pesada como uma pena e observa.
Amarrota aquela inflexível folha de aço na tua mão e observa.
Destrói aquela parede centenária e imutável de papel e observa.
Sente os espinhos daquela roseira, suaves como veludo e observa.
Sai daquele infinito buraco que te cobre os pés, levanta-te e observa.
Suporta os ventos e tempestades daquela bonança e observa.
Oprime o teu coração com aquela implacável e frágil mão de fino cristal, que se derrete com o calor do teu corpo e observa.
Abraça o abutre que te bica os olhos com bicos de gentis pétalas e observa.
Grita bem alto os teus murmúrios de conquista e observa.
Mostra o que sentes e observa.
Observa como transformas o menos bem, num bem melhor e maior.
Observa como de um rosto sisudo nasce um sorriso.
Observa como de uma testa franzida de preocupações as sobrancelhas se levantam com soluções.
Observa como à distância de um pensamento consegues mudar a noite para o dia, a chuva para o sol, as nuvens para o céu, o ruído para o silêncio.
Observa ainda que entre uma e outra opção, podes criar um número infinito de opções.
Observa.

Os sobreviventes


Dois veleiros naufragam no meio do Pacífico. Em dois pontos diferentes desse oceano.
Da tripulação de cada barco, apenas um homem consegue resistir. E após uma incansável e desigual batalha, em que esses dois homens quase pereciam num titânico confronto com um Pacífico irado, finalmente chegam a uma ilha. Exaustos.
Cada um, nessa mesma ilha, chega a praias diferentes. Igualmente belas e paradisíacas mas em diferentes lados da ilha.
Um deles quando chega à praia, e em recuperação ofegante de uma batalha quase perdida, vira-se para o céu e grita agradecido a Deus por estar salvo.
O outro, na outra praia, assim que se sente seguro tocando em solo firme, recupera a respiração e grita zangado com Deus: "porquê eu ? porquê a mim ?".

Qual a diferença entre estes dois homens ?