2008/01/31

"Curva da felicidade tem a forma de um U" - in CiênciaHoje

Um estudo envolvendo dois milhões de pessoas em 80 países, incluindo Portugal, constatou um padrão mundial extraordinariamente consistente nos níveis de depressão e felicidade que torna a meia-idade o período mais problemático da vida.

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"The Promise" ("The Piano" soundtrack - Michael Nyman)



(obrigado Teresa)

"Os 5 euros"


Um dia, quando um homem chegou já tarde a casa, como era habitual, cansado e irritado após mais um dia de trabalho, encontrou, esperando por si à porta, o seu filho de 5 anos.
- Papá, posso fazer-te uma pergunta?
- Claro que sim. O que é?
- Quanto ganhas numa hora?
- Isso não é da tua conta. Porque me perguntas isso?! - respondeu o homem, zangado.
- Só para saber. Por favor... diz lá... quanto ganhas numa hora? – perguntou novamente o miúdo.
- Bom... já que queres tanto saber, ganho 15 euros à hora.
- Oh! - suspirou o rapazinho, baixando a cabeça.
Passado um pouco, olhando para cima, perguntou:
- Papá, emprestas-me 5 euros?
O pai, furioso, respondeu:
- Se a razão de tu me teres perguntado isso, foi para me pedires dinheiro para brinquedos caros ou outro disparate qualquer, a resposta é não!
- E, de castigo, vais já para a cama. Vai pensando no menino egoísta que estás a ser. A minha vida de trabalho é dura demais para eu perder tempo com os teus
caprichos!

O rapazinho, cabisbaixo, dirigiu-se silenciosamente para o seu quarto e fechou a porta. Sentado na sala, o homem ficou a meditar sobre o comportamento do filho e ainda se irritou mais. Como se atrevia ele a fazer-lhe perguntas daquelas? Como é que, ainda tão novo, já se preocupava em arranjar dinheiro?
Passada mais ou menos uma hora, já mais calmo, o homem começou a ficar com remorsos da sua reacção. Talvez o filho precisasse mesmo de comprar qualquer coisa com os 5 euros. Afinal, nem era costume o miúdo pedir-lhe dinheiro.
Dirigiu-se ao quarto do filho e abriu devagarinho a porta.
- Já estas a dormir? Perguntou.
- Não, papá, ainda estou acordado. - respondeu o miúdo.
- Estive a pensar... Talvez tenha sido severo demais contigo? - disse o pai..
- Tive um longo e exaustivo dia e acabei por desabafar contigo. Toma lá os 5 euros que me pediste.

O rapazinho endireitou-se imediatamente na cama, sorrindo:
- Oh, papá! Obrigado!
E levantando a almofada, pegou num frasco cheio de moedas. O pai, vendo que o rapaz afinal tinha dinheiro, começou novamente a ficar zangado.
O filho começou lentamente a contar o dinheiro, até que olhou para o pai.
- Para que queres mais dinheiro se já tens aí esse todo ? - resmungou o pai.
- Porque não tinha o suficiente. Agora já tenho! - respondeu o miúdo.
- Papá, agora já tenho 15 euros! Já posso comprar uma hora do teu tempo, não posso? Por favor, vem uma hora mais cedo amanhã. Gostava tanto de jantar contigo...

(autor desconhecido - obrigado Olímpio)
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Nota do editor: Para quem este tema do dinheiro e da vida possa interessar, recomendo a leitura da revista Courrier Internacional (capa Fev.2008), agora nas bancas - cujo tema de capa é exactamente: "Ganhar menos e Viver melhor".




Talvez seja possível.

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2008/01/30

"O ladrão de bolachas"


Uma mulher estava à espera num aeroporto certa noite, com várias horas pela frente antes do seu vôo. Procurou um livro numa loja do aeroporto e comprou um pacote de bolachas, sentando-se finalmente.

A mulher estava mergulhada no seu livro, mas aconteceu ver que o homem sentado ao seu lado, de físico imponente, pegou numa ou duas das bolachas do pacote no meio de ambos. Situação que ela tentou ignorar para evitar uma cena.
Assim, ela tirou uma bolacha e olhou para o relógio à medida que o corajoso ladrão de bolachas diminuía o seu stock.
Ela foi ficando mais irritada a cada minuto que passava pensava, "Se não fosse tão boa pessoa, punha-lhe um olho negro".

Por cada bolacha que ela tirava, ele tirava outra quando finalmente só restava uma, ela perguntou-se o que faria ele.
Com um sorriso na cara e um riso nervoso, ele tirou a última bolacha, partiu-a ao meio e ofereceu-lhe metade ao mesmo tempo que comia a outra.
Ela arrancou-a da sua mão, e pensou... ooh caramba!
Este tipo tem cá uma lata e além disso é rude. Porque é que não mostrou ao menos alguma gratidão ?
Não se lembrava de alguma vez ter sido tão ultrajada, suspirou de alívio quando a chamaram para o seu vôo.
Pegou nas suas coisas e foi direita à sua porta de embarque, evitando olhar para trás para o ladrão ingrato.

Entrou no avião e sentou-se no seu lugar. Então, procurando o seu livro, quase no fim, quando mexia na sua bagagem, parou com surpresa.
Ali estava o seu pacote de bolachas, intacto, à frente dos seus olhos.
Se o meu está aqui, murmurou em desespero, o outro era dele, e ele tentou partilhar.
Demasiado tarde para pedir desculpa, percebeu ela angustiada, que a rude era ela, a ingrata, a ladra...

(autor desconhecido - obrigado ao Bruno e ao Quiet Joseph)

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2008/01/28

O homem da gravata ridícula


Naquele fim de tarde, em plena Brasileira do Chiado, tive uma visão/experiência inesquecível. Enquanto sentado na esplanada observava o tráfego humano pela Rua Garrett, de repente percebi que duas belas nórdicas numa mesa à minha frente se desmanchavam a rir. Estranhei tal reacção ainda mais vinda na minha direcção, mas percebi que afinal elas não olhavam para mim mas para além de mim. Ou melhor, para trás de mim. Não resisti, de forma discreta, suave mas imparável virei-me para trás e observei um velho senhor bem vestido, de fato, mas com a gravata mais ridícula que alguma vez vi na minha vida.
O homem acabava de se sentar umas cadeiras atrás de mim, com aquela gravata que parecia ter sido tirada de um pedaço de cortina. Mas não de uma cortina qualquer, de uma cortina de um palácio real. Imaginei eu que talvez do palácio da louca rainha de copas, que tanto atazanou Alice.
Era uma gravata potente, que despertava os sentidos. Mas aquele homem usava-a com tamanho orgulho que numa fracção de segundos a minha primeira impressão de ridículo passou para uma estranha admiração. Diria mesmo respeito.
Não sabia qual a história daquele homem e da sua gravata, não sabia mesmo. Mas aquilo que comecei a sentir foi uma profunda admiração pelo contraste, pela diferença e ainda mais pela pose quase majestosa e tranquila com que aquele homem exibia aquele fantástico pedaço de tecido.
Vi naquele homem, sentado uns metros abaixo da estátua do Fernando, uma outra estátua. A estátua de homenagem à diferença.
Bendita, majestosa e orgulhosa diferença.

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"O homem é o único animal que ri e chora, porque é o único que se impressiona com a diferença que há entre o que é e o que devia ser."
William Hazlitt

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"Numb" - U2

2008/01/25

Coincidências (artigo)


Em Agosto de 2001, Moshê (nome fictício), um bem sucedido empresário judeu, viajou para Israel em negócios. Na quinta-feira, dia 9, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido numa pizzaria na esquina das ruas Yafo e Mêlech George no centro de Jerusalém. O estabelecimento estava sobrelotado. Assim que entrou na pizzaria, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não dispunha de tanto tempo.
Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu. Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelita perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez o seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião. Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro’s.
Moshê ficou branco, atónito. Por apenas dois minutos ele escapara do atentado. Imediatamente se lembrou do homem israelita que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto. Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica no local. Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de 23 anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras 90 pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas. As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada, um verdadeiro caos. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma. Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensanguentadas eram auxiliadas por polícias e voluntários. Uma mulher com um bebé coberto de sangue implorava por ajuda. Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército. Moshê procurou o seu "salvador" entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelita que lhe salvara a vida. Moshê estava vivo por causa dele. Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida. O sentido de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava. Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado. Finalmente, encontrou o israelita num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida. Moshê conversou com o filho daquele homem, que já estava acompanhando seu pai, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida. Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele. Caso o seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em contactá-lo.

Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema em seu escritório em New York daquele rapaz, contando que o seu pai precisava de uma operação urgente. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia ficava em Boston (EUA), Moshê não hesitou. Providenciou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias. Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova York. Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas por gratidão. Outra pessoa poderia ter dito "Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila... " Mas não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor.

Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar o seu amigo no hospital e deixou de ir trabalhar. Sendo assim, pouco antes das 9h da manhã, naquele dia 11 de setembro de 2001, Moshê não estava no seu escritório no 101º andar do World Trade Center".
(Relatado em palestra do rabino Yssocher Frand).

(in Visão Judaica - obrigado Paula)

2008/01/23

"Breathe in, breathe out" - Mat Kearney

Depressão (definição e dicas)

2008/01/21

Erros, fracassos, falhanços, estupidezes, insucessos e outros processos


Costumo aprender mais com um erro do que com dez sucessos. Cresço com as coisas estúpidas que faço e observo, aprendo muito.
Sei que não sou uma máquina que reproduz exactamente aquilo que lhe ensinaram ou programaram. Sinto, experimento, falho, inovo e cresço. E aprendo.
Os erros não foram feitos para não se cometerem, foram feitos para aprendermos com eles. E aprender com eles não implica evitá-los, temê-los, ansiar por fugir deles. Aprender com eles significa estarmos atentos tranquilamente às condições e às variáveis que levam à não repetição desses mesmos erros, e mais importante do que tudo isso: significa melhorar. Chamo a isto crescer.

Em termos práticos, aquilo que proponho é que após um erro, um fracasso, um falhanço, insucesso ou estupidez, se abrace essa parte de nós que errou e se converse abertamente sobre as circunstâncias.

Não lhe virando a cara, apoiando esse nosso lado, partilharemos o horizonte do que pode ser feito ainda melhor.

(imagem "Molecule Man" - Berlim - escultor: Jonathan Borofsky)

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"Enganarmo-nos é o preço de pensarmos, a humanidade reina graças à ousadia dos seus erros."
Alain (pseudónimo de Émile-Auguste Chartier)

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(videoclip)

2008/01/14

Intenções positivas


Muitos de nós tendem a ter comportamentos estranhos, por vezes pouco ou nada saudáveis, pouco ou nada equilibrantes, pouco ou nada funcionais...Surgem na nossa vida sem percebermos bem quando, como ou porquê. Mas são normalmente consequências de estratégias nossas de sobrevivência, respostas que nos levam a lidar com situações de alguma forma perturbadoras ou de mudança.

Desde o simples roer de unhas ao mais complexo arrancar de cabelos, desde o "simples" fumar ao comer compulsivamente ou desde o simples ranger de dentes aos ataques de ira frequentes, etc. etc. São estratégias e técnicas por nós implementadas , de forma inconsciente mas - por muito estranho que pareça - de forma protectora.

Possuímos directivas interiores de auto-preservação muito fortes, e é bom que nos lembremos disso. Mesmo quando a nossa auto-estima está de rastos e fazemos algo em conformidade, tudo aquilo que nesse momento possa surgir na nossa mente é num sentido de atenuar sofrimento.

O grande senão deste mecanismo é que nesses momentos nem sempre aquilo que nos surge como estratégia redutora de sofrimento é a melhor estratégia, mas a intenção positiva está lá.

Assim, se em algum momento da nossa vida chegamos à conclusão de que um determinado comportamento da nossa parte nos afecta - ao nosso equilíbrio, à nossa saúde e bem-estar - como bons negociadores e diplomatas interiores que todos sabemos ser, deveremos assumir em primeiro lugar uma gratidão para com essa parte.
Mesmo que nos soe como estranha gratidão (principalmente se aquele comportamento nos começou a causar mais sofrimento do que alívio), este é o primeiro grande passo para a mudança interior.

Ensinar-nos-emos a nós próprios, e connosco aprenderemos, a lidar com aquelas situações de uma forma mais saudável e equilibrada. E muito provavelmente, adquiriremos um comportamento também mais saudável.

(in "O livro das virtudes construídas" - Mário Rui Santos )

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"Quer você pense que pode ou não fazer algo, você está certo."
Henry Ford

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2008/01/08

"Falas da civilização, e de não dever ser" - Alberto Caeiro

Falas da civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as coisas humanas postas desta maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te queria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as coisas fossem como tu queres, seriam diferentes: eis tudo.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

Alberto Caeiro (outros poemas)

(obrigado Rui)

2008/01/07

O Agora e as Expectativas


Hayan tinha acordado naquela manhã com uma vontade imensa de pintar. Nunca tinha pintado na sua vida, apenas os desenhos que era obrigada a fazer na escola aos quais não achava muita graça, embora todos a elogiassem sempre que o fazia.
Por isso nem sequer tinha ponderado algum dia pintar um quadro. Mas naquela manhã algo se tinha iniciado de forma diferente.
Saíu do seu quarto e quase a correr dirigiu-se ao sotão, onde ela sabia existir material de pintura do seu avô.
Era um sotão de luz e apesar de ser pouco visitado, era de alguma forma acolhedor, apesar das caixas de arrumações que se amontoavam.
Assim, Hayan montou o cavalete, escolheu cores, pincéis e uma tela, colocando-se num sítio bem iluminado do sotão.
Durante alguns segundos olhou para a tela em branco, como que aguardando algo que não sabia bem o que era. Até que ouviu passos atrás de si, e viu a sua mãe entrar sorridente olhando para ela.
- Que pintas Hayan ? - perguntou-lhe a mãe.
Hayan continuava a olhar para a tela em branco, agora com os pincéis nas mãos e as tintas num pequeno banco a seu lado. Sorriu para a mãe em silêncio.
- Estás a pensar tornar-te uma pintora ?
Hayan continuava em silêncio.
- Vais pintar mais quadros ? E este onde vais pô-lo ? No teu quarto ? Queres que eu encontre um sítio na parede da sala para o colocarmos ?
Hayan sorria em silêncio, esperando.
- Já pensaste que moldura queres colocar nessa tua obra ? - continuava a mãe.
Em silêncio, Hayan virou o rosto e olhou a sua mãe nos olhos.
E olhos nos olhos disse: - Não sei, mãe. Não sei de nada disso. Nem sequer pensei nisso. A única coisa que sei e que sinto é que hoje me apeteceu vir aqui pintar este quadro. Um quadro de nós as duas a falarmos uma com a outra. A falarmos enquanto eu pintava este quadro de nós duas. Apenas pensei nisso, neste momento.

Nesse momento, a mãe colocou-se atrás dela tocando-lhe nos ombros, e com um beijo na cabeça de Hayan ficou com ela a olhar para a tela em branco. Foi quando Hayan colocou as primeiras cores naquela tela.

in "O Livro das Virtudes Construídas" - Mário Rui Santos
(imagem de René Magritte)

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"O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente."
Mahatma Ghandi (Mohandas Karamchand Gandhi)

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2008/01/04

Empregada dos correios ganha prémio literário (notícia)

Uma ex-empregada britânica dos Correios cujo primeiro romance foi rejeitado por 20 agentes literários do Reino Unido, antes de uma editora se aperceber das suas potencialidades, foi galardoada com o prémio Costa (Costa Book Awards).

Catherine O Flynn, de 37 anos, conquistou o prémio, um dos mais prestigiosos do Reino Unido, com o seu primeiro romance, «What Was Lost», noticia hoje a imprensa britânica.

O Flynn, que foi empregada dos Correios e trabalhou numa bilheteira, viveu uma experiência semelhante à da escritora britânica J.K. Rowling, que apenas alcançou o êxito ao cabo de numerosas rejeições.

(ver notícia completa in PortugalDiario)
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2008/01/02

A dinâmica do recomeço



Recomeçar, evoluir na continuidade, passar para uma nova etapa, entrar num outro nível, ascender, expandir, reerguer, começar de novo, semear, abrir os olhos, levantarmo-nos, sorrir quando pensamos naquilo que nunca iremos conseguir fazer e fechar os olhos...para os abrir pensando que o impossível afinal...não é tão impossível assim.

A cada dia que acordamos, a cada tarde ou manhã, a cada semana que começamos, a cada mês, a cada ano ou a cada século, o tempo pára para nos agarrar nos ombros e sacudir-nos, enquanto nos diz com um sorriso: FAZ !
E nesse momento ou o olhamos nos olhos e lhe sorrimos de volta, com todo o nosso ser, ou inventamos desculpas baseadas nas experiências dos cansaços e frustrações. Esquecendo-nos das contas justas que devemos fazer...porque das coisas boas, das vitórias e dos sucessos parece não rezar a história fácil de nós.
Lembramo-nos sempre de outras fáceis histórias de lembrar: dos cansaços e dos insucessos.

É por isso que quando viramos a cara ao tempo que nos diz num sorriso: FAZ! - o que fazemos mesmo é virar a cara às coisas boas que ainda temos para fazer, aos sucessos, às vitórias, aos bons momentos e aos outros sorrisos que nos enchem de luz - por dentro e por fora, no agora e no futuro.
Mas especialmente neste agora que nos sacode num sorriso, neste agora que parece ser um bom (ou ainda melhor) momento para a acção, custa muito fechar portas, janelas, cortinas, sorrisos e virar a cara ao tempo que nos diz olhos nos olhos: FAZ !

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"Embora o espírito estremeça à lembrança e seja avesso ao pranto, começarei."
Virgílio ("Eneida")

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