2007/09/28

Felicidade nacional bruta


Um grupo de economistas japoneses defendeu recentemente que o seu país deveria preocupar-se menos com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e inspirar-se no exemplo do Butão, um pequeno reino dos Himalaias, que mede o seu progresso com base num outro tipo de indicador: a Felicidade Nacional Bruta (FNB).
"O Japão tem muito que aprender com o Butão nesta matéria", afirmou Takayoshi Kusago, ex-economista do Banco Mundial e professor da Universidade de Osaka, durante o simpósio subordinado a este tema, organizado em Tóquio no início de Outubro.
Apesar de o PIB do Butão ser de apenas 500 milhões de dólares, quase nove mil vezes inferior ao do Japão (4,4 mil milhões de dólares), desde 1970 que o pequeno reino budista se preocupa sobretudo com o crescimento do índice que mede a felicidade individual dos cidadãos. A “FNB” leva em conta factores como o desenvolvimento sócio-económico duradouro e equitativo, a preservação do meio ambiente, a conservação e promoção da cultura e a boa governação.

in "A Página da Educação" - (ver artigo completo)
onde é o Butão ?

2007/09/27

O copo


Se alguém te colocasse à frente do nariz de forma brusca um copo vazio quando tinhas um jarro de água na mão ? Sentirias isso como um ataque, uma agressão ?
Sentirias que devias gritar com esse alguém para te tirar o copo da frente, e se não o fizesse partir-lhe-ias o copo ?

Não fazias isso pois não ? Eu sei que não.
Também do mesmo modo quando alguém te contacta ou confronta de uma forma um pouco mais agressiva a mensagem que ela te transmite não é a de agressão. Ela não quer agredir-te, ela pede-te ajuda.

Essa pessoa não tem uma energia negativa que procura descarregar sobre ti. Ela está vazia de energia e tu tens a responsabilidade de a ajudar a preencher esse vazio. Afinal tu tens o jarro na mão.
E o mais interessante é que o teu jarro nunca irá ficar vazio. Porque quando tu a ajudas a preencher o vazio o que acontece é que da mesma forma que quando acendes uma luz também tu ficarás com luz.

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"A natureza recusa o vazio."
Plutarco

2007/09/26

私は私を破壊しないものがとより強くなる


私は私を破壊しないものがとより強くなる
Qui nos non occidit, fortiores nos reddit
("Aquilo que não me destrói, torna-me mais forte")
Nietzsche
(caractere japonês que significa "Ki" - energia essencial - os chineses referem-se a ela como "Chi")

2007/09/24

A caminho da luz


O caminho da luz, seja ela mais caracterizada por uma ou outra qualidade, é um caminho tranquilo de segurança e bem-estar interior. É um caminho onde a cada passo que damos nos sentimos mais certos do sentido e da direcção, que nos reforça interiormente e nos vai fazendo sorrir para o mundo.
Nesse caminho vamos encontrando seres que já há mais tempo que nós despertaram para esta caminhada e outros que ainda não serão muito sensíveis a este caminho.

Este nosso caminho não será concerteza o único caminho. Porque há muitos caminhos para a luz. Mas nesta caminhada encontramo-nos mais próximos de uma luz, que nos traz outras partes de nós e nos ajuda a iluminar os cantos mais recônditos do nosso ser - com uma luz de compaixão e orgulho por nós próprios.

Para esta luz, para este caminho, muitas são as alternativas e a certa...a certa é aquela que nós próprios encontramos e na qual vamos crescendo.
E enquanto caminhamos e vamos crescendo, à nossa volta seres que fazem parte da nossa vida vão também eles construindo ou percorrendo os seus caminhos de felicidade. À sua maneira. Como nós também o fizemos.

Nessa altura, porque também nós crescemos e aprendemos a respeitar, não os encandearemos com a luz do nosso caminho, mas convidamo-los a caminharem connosco sempre que quiserem. E sempre que eles quiserem eles virão. Até que um dia nós mesmos os visitaremos a eles, no seu próprio caminho de luz.

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"A luz com que vês os outros, é a luz com que os outros te vêem a ti."
Provérbio africano

2007/09/21

A Raiva


Se há sentimentos que não gosto de sentir vivos em mim durante muito tempo um deles é a raiva. A raiva cega-nos, estupidifica-nos e contamina-nos de agressividade.

Há uns dias atrás aconteceu algo à minha mãe que me deixou num estado de raiva. Foi sujeita a uma pequena intervenção cirúrgica aos olhos e eu fui acompanhá-la ao hospital.Quando saíu da operação e a vi, assustei-me. Os olhos estavam negros como se ela tivesse sido agredida e alguém a tivesse pontapeado nos olhos.
Procurei explicações para o que havia acontecido. Senti um clima de culpa naquela enfermaria e percebi que algo tinha corrido mal.
Não tendo conseguido falar com o médico que a operou, levei-a às urgências no mesmo hospital e preparei-me mentalmente para apurar responsabilidades do que se passou, no dia seguinte. Sentindo em mim uma energia que me movia mas que ao mesmo tempo me parecia querer cegar em relação ao bom senso e à calma.

Nesse dia trabalhei até tarde. Quando finalmente me fui deitar não consegui adormecer. Uma torrente de pensamentos e maquinações pouco positivas atravessavam a minha mente.
Nesse momento, na minha mente dei um passo atrás.
O que vi na minha mente foi um cão, raivoso, que espumava da boca. Ladrando como um louco.
E o que fiz - porque com a nossa mente conseguimos fazer o que quisermos - foi aproximar-me dele. Procurando-o acalmar, falando devagar, dei-lhe algo de comer e também umas festas. Acalmei-o. E esse cão saíu da minha mente. Fiquei mais calmo.

Mesmo assim, com os meus olhos fechados e observando os meus pensamentos, surgiu-me uma nova figura. Um homem irado, vermelho de raiva, a gritar. Via mesmo a sua face vermelha e as veias a saltarem-lhe do pescoço.
Também nesse momento me aproximei dele. Falando com calma enquanto ele ainda ia gritando e esbracejando. Agarrei com firmeza, mas tranquilo, um dos braços e peguei-lhe na mão. Continuando a falar calmamente com ele e senti-o a ficar, também ele, mais calmo.

Dei-lhe um abraço e abraçamo-nos. Ficámos os dois calmos e tranquilos. E ele saíu, tal como o cão.
Adormeci. Com um sorriso no rosto, penso eu.

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"Persistir na raiva é como apanhar um pedaço de carvão quente com a intenção de o atirar em alguém. É sempre quem levanta a pedra que se queima."
Buda

2007/09/19

Hoje

- Hoje, não te preocupes.
- Hoje, não te zangues nem critiques.
- Hoje, sê grato pelas múltiplas bênçãos que recebes.
- Hoje, faz honestamente o teu trabalho.
- Hoje, respeita o teu semelhante e tudo o que vive.

(os 5 princípios do Reiki)

2007/09/17

O anjo



Desde os 14 anos...desde aquele dia em que cheguei a casa, já tarde. Explicava Alberto. Desde aquela altura em que vi aquela figura à janela que sinto o que ainda sinto hoje com quase quarenta anos. Sinto esta presença que me angustia. Tenho medo de fechar os olhos e senti-la. Continuava.
E se fechasse os olhos agora Alberto ? Seria capaz de a sentir ? - perguntei-lhe.
Alberto olhou-me surpreendido, quase não acreditando naquilo que ouvia. E repeti: Seria capaz de a sentir ? Experimente ! Feche os olhos...calma e tranquilamente. Estou aqui consigo.
Alberto confiou e quase instantaneamente o seu corpo teve uma contracção imediata, dando-me a deixa para lhe perguntar: sente ?
Sim, disse-me Alberto nitidamente incomodado. Ela está aqui. Move-se de canto em canto desta sala.
Mantenha-se calmo, dizia-lhe eu. Acha que consegue comunicar com essa energia ?
Silêncio....
Sim, respondeu finalmente.
Pergunte-lhe o que quer de si.
Silêncio...
Diz que está aqui para me ajudar. E Alberto iniciava uma expressão mais descontraída.
Sente que pode confiar nessa resposta, Alberto ?
E quase abrindo um sorriso, respondeu-me...sim, sei que posso.
Então aceite a ajuda, estenda-lhe a mão.
Foi nessa altura que aquela malha negra, metálica e pesada, que envolvia o coração de Alberto há algumas dúzias de anos, se dissolveu. Contagiada por um ácido de luz, que no seu lugar apenas deixava uma leve cicatriz.
Os ombros de Alberto levantaram e as rugas da testa tranquilizaram. Respirava. Respirava fundo, em alívio. Ainda sorrindo.
Disse-me mais tarde que aquele estender de mão se transformou num abraço mútuo, como o de dois bons amigos que há muito tempo não se viam.

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"Os homens devem saber que só Deus e os anjos podem ser espectadores do teatro da vida humana."
Francis Bacon

2007/09/12

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(obrigado Ania)

2007/09/10

Crescer


Na educação dada pelos nossos pais, ou por quem nos ajudou a crescer, foi-nos muitas vezes mostrado aquilo que não devemos fazer. E na maior das boas vontades desses nossos educadores, essa foi muitas vezes a técnica mais usada, motivando-nos a não fazer ou a evitar em detrimento do querer e do fazer.
Esse condicionamento foi sendo por nós reforçado ao longo da nossa vida e alguns de nós deixaram que esse julgamento e essa crítica negativa fosse ganhando espaço na sua vida. Não deixando espaço ao elogio, ao querer e ao buscar o positivo.
Assim, muitos de nós regem-se mais pelo julgamento negativo e o evitar, para desta forma negativa se sentirem mais confortáveis com algumas partes menos interessantes da sua vida.
Criticamos, falamos mal, julgamos, numa esperança cega de nos sentirmos melhor connosco próprios. Mal sabemos nós quantas brechas vamos abrindo nesta nossa frágil estrutura de personalidade, que deixando de crescer se procura sentir cómoda nessa estagnação.
É uma dinâmica mental que nos pára e amarfanha. Uma dinâmica que remedeia as inseguranças mas não constrói caminhos, apenas aponta buracos na estrada. Uma dinâmica que nos diz que estamos perdidos e nos faz parar, mas que não nos ajuda a levantar a cabeça para olharmos o céu, o horizonte e avançar.

Ouvi ontem alguém dizer que uma das coisas fantásticas e mais importantes desta nossa vida é o aprender a contemplar. E é nessa postura de contemplação que registamos a nossa forma de estar na vida. É nessa contemplação dos outros e do mundo que sonhamos, criticamos, julgamos, e nos limitamos ou activamos para crescer.

Durante muitos anos vivi num registo de contemplação altamente crítica, criando na minha mente aquilo que agora percebo terem sido alguns frágeis mecanismos de auto-segurança. E aprendi da pior forma.
Aprendi que para estar nesta vida posso escolher entre esperar o melhor ou realçar o pior, que posso escolher entre elogiar o positivo ou criticar o negativo, que posso ouvir alguém com um sorriso nos lábios ou parecer desconfiado, que posso aproximar-me de alguém esperando uma surpresa positiva ou abrindo a porta à desilusão.
E nesta aprendizagem que vivo, cada vez mais percebo que esta minha postura não é a de um ingénuo optimista mas sim a de alguém que fica mais sábio com as experiências vividas. Porque as vivo de corpo e alma e com essa energia e conhecimento fico mais forte, aprendo e cresço.
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"Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las."
Madre Teresa de Calcutá
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2007/09/06

Abraço

Gosto de ir à igreja conversar com o meu Deus, comigo e com quem quiser juntar-se nesta animada e saudável conversa espiritual. Mas ontem senti-me incomodado por conversar com ele vendo o filho dele à minha frente crucificado, sangrando. E assim, na minha mente ou no meu espírito, desloquei-me até junto da cruz tirei-lhe o prego da mão esquerda, o da mão direita e o dos pés. Segurei-o com toda a força que tinha e procurei abraçá-lo ou consolá-lo da sua dor. Pensei eu, na minha modesta dimensão de ser.
Mas mesmo naquele momento...foi ele que me abraçou.

2007/09/03

A outra estrela


Ontem enquanto chegava a Lisboa ao fim do dia, com um céu ainda algo iluminado, vi cair do céu um pedaço. Um pedaço de algo, de estrela, de planeta morto ou de satélite perdido. Um pedaço que mais parecia um bocado de espelho que cintilava enquanto caía. E caía de forma tão diferente que surpreendido nem me lembrei de lhe lançar o meu desejo.
Admirava-a.
Admirava aquela estrela cadente, como lhe chamei na altura. E só depois de ela desaparecer em pó - em pó de estrela, presumo eu - seleccionei um dos meus muitos e bons desejos e lhe lancei, como despedida.
Ainda hoje de manhã, quando acordei, me lembrava daquela estrela cadente-cintilante a quem lancei um desejo de despedida. Enquanto sentia uma outra estrela que não cai, e que por isso não é verdadeiramente uma estrela cadente. Será mais uma estrela nascente e poente.
Mas é uma estrela próxima, que nos aquece e ilumina e à qual também podemos pedir desejos ou apenas companhia.
E assim fiz, pedi o desejo e fiquei na sua companhia. Sorrindo-lhe de olhos fechados.
Porque ao Sol sorrimos com os olhos fechados para ele nos iluminar também por dentro.

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"Não devemos parar de explorar
E no fim de todas as nossas explorações
Chegaremos aonde começámos
E conheceremos esse sítio pela primeira vez."
T.S. Eliot