2008/02/27

O lago


O velho mestre pediu ao seu triste aluno que colocasse uma mão cheia de sal num copo de água e bebesse.
"Qual é o gosto?", perguntou o mestre.
- "Horrível", disse o aprendiz.

O mestre sorriu e pediu ao jovem que tirasse do saco outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem deitou o sal no lago. Então o velho disse:
- "Agora beba um pouco dessa água".

Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o mestre perguntou:
-"Qual é o gosto?"
-"É bom!", disse o rapaz.
-"E sente o gosto do sal?", perguntou o mestre.
-"Não, nada.", disse o jovem.

O mestre então, sentou-se ao lado do jovem, pegou-lhe nas mãos e disse:
"A dor na vida de uma pessoa não muda, mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando sentires a dor, a única coisa que deves fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que tens e ganhaste. Mais do que àquilo que perdeste. Por outras palavras: é deixar de se ser copo para se tornar lago."

(autor desconhecido - obrigado ao Simão)
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"Deus pôs o prazer tão perto da dor, que muitas vezes se chora de alegria. "
George Sand
(escritora francesa 1804-1876)

2008/02/20

"A última aula" - Randy Pausch



O professor da Universidade Carnegie Mellon, Randy Pausch, que está a morrer devido a um cancro no pâncreas deu a sua última aula nesta universidade a 18 de Setembro de 2007.
Na altura em que deu esta aula, os médicos deram-lhe 2 a 6 meses de vida - por isso não sei se ainda está vivo.
Tenho pena de não existir uma versão desta aula com legendas em português, se alguém descobrir por favor informe-me.

Este video que aqui vos coloco é a versão original - cerca de 76 minutos - mas se quiserem assistir a uma versão resumida poderão assistir a esta apresentação que Randy fez no programa da Oprah (versão resumida - 10 minutos).

For more, visit www.cmu.edu/randyslecture

2008/02/18

Querer mudar ou mudar para desfrutar


Se algo quer mudar em si ou na sua vida provavelmente, entre muitas outras razões, será porque acredita que se pode sentir melhor, que consegue ser mais eficaz, mais feliz, consegue aprender mais e melhor...

Mais e melhor...estas são algumas das palavras-chave da mudança. Estas duas lindas, simples e fantásticas palavras exaustivamente usadas pela sociedade e comunicação de consumo.
São poderosas palavras que despertam uma vontade genética de mudança, de crescimento.
Poderosas no sentido de nos empurrar para algo de positivamente diferente e que nos são desde jovens murmuradas ao ouvido.

À medida que crescemos e despertamos a nossa mente para outras perspectivas, vamos percebendo que a razão de ser de muitos daqueles "mais" e "melhores" que nos iam pondo à frente, não faziam qualquer sentido. Vamos percebendo que as razões daqueles fúteis "mais" e "melhores" só nos empurram para tantos outros fúteis, vazios "mais" e "melhores".

Nesse momento percebemos que podemos nós próprios criar os nossos "mais" e "melhores", provavelmente muito diferentes dos standardizados "mais" e "melhores", mas bem mais cheios e poderosos.

Percebemos que podemos pensar em olhar mais e melhor para as pessoas que nos rodeiam e ver o que há de melhor nelas, em sermos mais activos e desligarmos mais vezes a televisão, passearmos mais, respirarmos melhor, comermos melhor, fazer mais daquelas coisas que gostamos de fazer, viver melhor e sentirmo-nos melhor connosco próprios, gostarmos mais de nós, gostar mais dos outros...
Enfim...fazermos mais e melhor aquilo que nos faz sentir melhor e que nos faz crescer mais.

E se mesmo assim ainda quisermos continuar a mudar por "mais" e "melhores" menos interessantes, talvez valha a pena pensar se algo em nós, dentro de nós, pode mudar mais para melhor.

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"O progresso é impossível sem mudança. Aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada."
George Bernard Shaw

2008/02/14

E se Deus fosse um DJ ?

2008/02/11

Encontro comigo mesmo



Dou por mim a questionar-me: quem é aquele indivíduo ali no espelho ? Estranha forma de ser e de viver.
Não o encaixo em nenhum formato daqueles que me andam a vender. Sinto-me peça de puzzle em puzzle enganado. Sinto-me girassol, no meio de malmequeres. Sinto-me gota de água em garrafão de azeite.
Que estranho ! Aterrei no sítio errado. Ou terei aterrado antes de tempo, fora de tempo ?!
E agora que faço ?
Não posso mudar de puzzle, dizem-me que este é o único que existe. Não posso mudar de canteiro, vejo malmequeres até onde as minhas pétalas brilham. À minha volta é só azeite, nem gota de mel ou vinho.
Que estranho ! E agora que faço ?
Sinto-me só e com medo.

Dou por mim a questionar-me: quem é aquele indivíduo ali no espelho ? Estranha forma de ser e de viver.
Encaixo-o em todo o lado, não tem arestas nem formas diferentes. Amorfo como todos as outras peças daquele estranho puzzle que mais parece um painel de monótonos mosaicos. Sinto-me malmequer no meio de malmequeres, quase preferia ser erva daninha. Sinto-me gota de azeite indefinida, cruzada e misturada com outras tantas iguais a mim numa outra grande gota. Oh amado mel, vinho e água, tão belos e tão diferentes.
Que estranho ! Aterrei no mesmo e mesmo sítio. Ou nem terei descolado ? Mantive-me aqui neste presente ?! E agora que faço ?
Não posso mudar de puzzle, dizem-me que este é o único que existe. Não posso mudar de canteiro, vejo malmequeres até onde as minhas pétalas brilham. À minha volta é só azeite, nem gota de água, mel ou vinho.
Que estranho ! E agora que faço ?
Sinto-me só e com medo.
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"O homem sensato adapta-se ao mundo. O homem insensato insiste em tentar adaptar o mundo a si. Sendo assim, qualquer progresso depende do homem insensato."

2008/02/04

A idade dos porquês


Mas porque é que eu sou assim ? Porque é que faço e continuo a fazer a mesma coisa ? Porque é que eu reajo sempre desta forma ? Porque é que continuo a adiar ? Porque é que falo assim com as pessoas ? Porque é que eu não sou capaz de dizer não ? Porque é que eu não sou capaz de deixar de fumar ? Porque é que aceito que me tratem assim ? Porque é que eu não reajo ? Porque é que fico parado ? Porque é que eu não tenho energia ou motivação para fazer o que quero e mesmo aquilo que me dá prazer ? Porque é que evito falar com aquela pessoa ? Porque é que aquela memória ainda me faz sofrer ? Porque é que eu não consigo esquecer ? Porque não me consigo levantar cedo de manhã ? Porque não tenho vontade nenhuma de trabalhar ? Porque não consigo estar com outras pessoas ? Porque tenho medo de cães ? Porque é que as pessoas fogem de mim ? Porque parece que estou bloqueado ? Porque não consigo pensar nas soluções e só penso nos problemas ? Porque é que fico tão ansioso ?

Porque é que fico parado nos porquês ? Será porque sinto que antes de resolver o que me incomoda preciso perceber porque me incomoda ou porque me surge este incómodo ? Será porque preciso perceber o porquê do meu problema antes de o começar a resolver ? Será porque preciso de ganhar coragem e me envolvo numa eterna busca dos porquês ? Porque será que não penso em perceber o porquê e resolver o meu problema ao mesmo tempo ? Porque será que não consigo fazer estas duas coisas ao mesmo tempo na minha vida ? Será porque não quero resolver o problema porque se o resolvesse já não teria porquês na minha vida e a minha vida seria monótona ? Porque é que será que me mantenho aqui nesta idade dos porquês, sem ver os comos, os quandos, os ondes, a quens, a quês ?

Porque me mantenho por aqui, nesta idade dos porquês ? Será porque há uma boa razão para me manter por aqui, nesta idade dos porquês ? Ou será que eu me vou sentir melhor para perceber o porquê quando mudar, não sei muito bem o quê ?

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"Há pessoas que vêem as coisas como elas são e que perguntam a si mesmas: ''Porquê?'' e há pessoas que sonham as coisas como elas jamais foram e que perguntam a si mesmas: ''Por que não?''
George Bernard Shaw

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"Tell me why I don´t like mondays" - Bob Geldof...

2008/02/01

Zeitgeist



Um documentário bastante interessante expondo uma versão da realidade sobre o que comanda e influencia os biliões de vidas neste planeta. Sobre o que alegadamente é a base das estruturas sociais, empresariais, governamentais, financeiras, educacionais e religiosas.
Não espere ver este documentário na televisão, nem espere ouvir falar muito dele, as razões irá ver que são óbvias.

Devo também alertar que alguns princípios ligados ao cristianismo, e outras religiões, são colocados em questão, por vezes de forma um pouco violenta. No entanto, como cristão que sou, desta informação retirei aquilo que mais sentido me faz, espero que aqueles de vós cristãos ou de outras religiões que tiverem paciência para o ver (são quase duas horas de video), façam o mesmo.

Quem o desejar visionar com outra dimensão de ecran pode fazê-lo clicando em
http://video.google.com/videoplay?docid=-1437724226641382024


Este documentário divide-se em 3 partes

1)Como se infantilizam massas e povos?*
2) Como explodir com o próprio país e infantilizar o país- Pt 2;
3) De onde vem o seu dinheiro e para aonde ele realmente vai?


Espero que goste da viagem e saia da mesma um pouco mais alerta para outras perspectivas.

*Esta parte apesar de se basear em estudos e pesquisas sobre religiões, tem como base as próprias expectativas e crenças dos pesquisadores que ignoraram outros detalhes importantes. As histórias sobre religiões humanas são distorcidas manipuladas ao longo do tempo, mas a essência divina e sublime em cada ser humano é real e verdadeira, independentemente de crenças e religiosas. Assim como Ghandi, Martin L. King e John Lennon (mostrados neste documentário) seres extraordinários existiram ao longo dos tempos, e Jesus, Buda, Thot, Daniel, Pitágoras podem ter sido esses seres apenas que mal interpretados e distorcidos no relato das histórias reais sobre suas vidas.

(obrigado Paula)

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"Zeitgeist" é um polémico documentário amador ramificado em três partes distintas. O título surge de um termo alemão que significa "Espírito do Tempo", e que é atribuído segundo alguns dos maiores filósofos alemães ao avanço intelectual e cultural do mundo, numa determinada época. Realizado, produzido e escrito pelo anónimo Peter Joseph, "Zeitgeist" foi lançado pela primeira vez no serviço Google Video, em Junho de 2007, tornando-se em poucas semanas o filme mais visto de sempre alojado nos servidores da Google (8 Milhões no final de Novembro, sendo que foi retirada desde dessa altura o contador, ninguém sabe bem porquê). Tal fama levou a que Peter Joseph fosse convidado pelos responsáveis do "4th Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards" a apresentar a sua controversa obra caseira ao circuito cinematográfico.

Temos então uma primeira parte intitulada "The Greatest Story Ever Told". Esta investiga e analisa aquela que o autor considera ser a maior encenação da história da humanidade: a existência de um Cristo e as religiões em si. Defende o realizador que Jesus é um figura híbrida astrológica, mitológica e literária, baseada numa lenda criada por uma civilização bastante anterior ao "ano 0" e que, desde essa altura, foi adaptada e remodelada consoante a época e as necessidades de controlo social dos mais diversos povos.

Depois deste embate de factos e pesquisas sociais, somos bombardeados com uma fase intermédia que defende aquela que é a conspiração rainha deste novo milénio: os atentados terroristas do 11 de Setembro, numa peça denominada "All the World is a Stage". Entre demolições controladas, aviões invisíveis e declarações de seguranças que viram as cassetes de vigilância antes de elas serem todas confiscadas pelo FBI, temos aqui um complemento interessante ao mais do que célebre "9/11: Loose Changes".

Para terminar, uma abordagem arriscada e refrescante à dominação mundial por parte dos sistemas bancários impostos nas sociedades modernas, com especial destaque para os Estados Unidos, com uma conspiração bem montada que envolve a Reserva Federal, a família Rockefeller, duas Guerras Mundiais, o Iraque, o Vietname e até a Venezuela. Este capítulo denomina-se "Don't Mind The Men Behind The Curtain" e serve de machadada final à teoria que Peter Joseph apresenta no ínicio de "Zeitgeist": somos umas marionetas neste mundo e não nos importamos com isso.

Independentemente do nosso julgamento perante o que nos foi impingido durante cerca de duas horas, é de louvar o trabalho técnico, artístico e de pesquisa efectuado por alguém como Peter Joseph, sem meios aparentes de divulgação ou controlo mediático. E nem sempre é preciso acreditar na mensagem para elogiar o trabalho do mensageiro. E é bom que se tenha em consideração que obras como "1984", "Brave New World" ou "V for Vendetta", consideradas utópicas nas suas épocas, são hoje bases dogmáticas da realidade que nos envolve. Será que alguém ainda acredita que não é escravo da Religião, do Terror e do Dinheiro?

(autor anónimo - obrigado Miguel)
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Zeitgeist (? (audio)) é um termo alemão, que se traduz como espírito do tempo, também podendo se utilizar do termo em português para denominá-lo. O Zeitgeist significa, em suma, o nível de avanço intelectual e cultural do mundo, em uma época. A pronúncia alemã da palavra é tzaitgaist, de acordo com o Dicionário Escolar Michaelis de Alemão.
(from wikipedia)