2010/05/27

Treino para a tranquilidade (exercício 1)


Este exercício poderia chamar-se "Treino de controlo da ansiedade" mas não se chama, chama-se "Treino para a tranquilidade".

1-Pegue numa caixa de fósforos de cozinha.

2-Retire um e acenda-o de modo firme, idealmente num só movimento de fricção.

3-Depois de aceso procure mantê-lo o mais possível na vertical, mantendo igualmente bem acesa a chama que o consome, o que pode implicar a colocação deste por vezes mais na horizontal.

4-Quando a chama chegar a meio do fósforo, humedeça bem com a sua própria saliva a cabeça do polegar e do dedo indicador da mão que está livre.

5-Foque de novo a sua atenção no fósforo e pegue com os dois dedos humedecidos a cabeça do fósforo (já queimada) invertendo a verticalidade do fósforo

6-Observe o fósforo a consumir-se na sua totalidade e, de forma segura confirmando que está bem apagado, deite-o fora com um sorriso no seu rosto.

Faça este exercício durante 7 dias, uma vez por dia.
Os seus níveis gerais de tranquilidade aumentarão entre 10 a 20%.
Esta dimensão de expansão será feita ocupando/substituindo/eliminando o espaço da ansiedade no seu ser.

(se conhece alguém menos tranquilo e que gostaria de o ser mais, ou se conhece alguém muito ansioso que gostasse de o ser menos, reencaminhe-lhe este exercício. obrigado)

2010/05/19

Florescer






Eu floresço
Tu floresces
Ele floresce
Nós florescemos
Vós floresceis
Eles florescem
...todos florescem sob uma luz fluorescente, enquanto o Sol não vem.

2010/05/13

Vive

Daqui a 100 anos iremos estar todos mortos
Os nossos familiares
Os nossos amigos
Os nossos filhos
Tu e Eu
7 mil milhões de seres humanos desaparecerão para sempre
Todos caminhamos em direcção á luz
Até lá...
VIVE
em Contraluz!

2010/05/11

Para além do medo

E o aluno perguntou:
- Mestre, e se quando eu me confrontar com o medo ficar bloqueado? Que faço nesse momento?
-Lembra-te de respirar...- respondeu-lhe o mestre.
-Respirar? Só isso. E deixo-me atacar? Não compreendo, mestre...
-Respira e deixa que toda a tua aprendizagem flua, o teu saber te mostre os gestos e os movimentos, que a tua mente te mostre para além do medo. Ver-te-ás a transformá-lo em força. Em coragem.

2010/05/07

Birras, amuos e silêncios

Quando éramos pequeninos e nos contrariavam ou nos causavam algum desconforto, podíamos zangar-nos, ficarmos tristes e – muitas vezes amuávamos ou fazíamos birras. Um processo que, em função de como os outros seres à nossa volta o recebiam, foi ora sendo transformado em posturas mais assertivas ou em birras e amuos mais ou menos dinâmicos e actualizados para esta nossa idade adulta.
Até aqui nada de novo.
No entanto, se observarmos de forma inteligente e mais saudável estes nossos eventuais comportamento, penso que poderemos chegar à conclusão de que poderão existir formas mais saudáveis de processar estes nossos desconfortos. Se por um lado é verdade que não somos máquinas e que temos direito ás nossas emoções, também é verdade que enquanto seres especiais que somos temos uma responsabilidade de exercer esse direito de forma saudável – para nós e para os outros.

Assim, sugiro que antes de fazer uma birra, amuar ou silenciar-se (para fora ou para dentro), observe 3 pontos, como vértices de um triângulo em que você está exactamente no centro. Estas três forças condicionam o seu estado emocional, observe-as e transforme cada vértice num terço de círculo – um círculo dinâmico de equilíbrio e bem estar.

1-A nossa condição física
- O simples facto de não se encontrar nas melhores condições físicas poderão comprometer a sua avaliação da situação. Por exemplo: descansou, ou tem descansado bem? a sua alimentação tem sido equilibrada, tem conseguido fornecer os níveis de energia necessários ao seu corpo/mente? ou por outro lado, tem cometido excessos? e a sua actividade física? tem lembrado o seu corpo que está vivo? tem-no levado a passear ou brincar? ou tem levado uma vida reactiva e sedentária?
não tem tempo? e se tivesse um enfarte ou um avc ou o seu médico o internasse? já teria tempo?

2-Condicionantes psicológicas do presente e do passado
- Existem factores relacionados com essa circunstância perturbadora (pessoa, momento, situação…) que comprometem a sua posição e o/a inibem de comunicar ou interagir de forma mais assertiva ou aberta com essa circunstância. Por exemplo: tem sentimentos de culpa? sente que está em dívida com alguém? tem medo de perder algo (o seu trabalho, o seu património) ou alguém (um companheiro ou companheira, a amizade de um familiar, o respeito de um amigo) ?
- Ou está apenas a transferir desconfortos de uma circunstância para outra circunstância?
Reflicta um pouco sobre estas propostas…

3-O Futuro
- Como se posiciona com essa circunstância perturbadora (pessoa, momento, situação…) em relação ao futuro? foi algo esporádico? vai repetir-se? vai piorar? sente que não tem saída?
Observe com alguma distância os diferentes e possíveis cenários.

--

Se depois de fazer esta triangulação ainda continuar a sentir-se com vontade fazer birras, amuos ou silenciar os seus desconfortos, dou-lhe os meus parabéns. Você tem uma excelente capacidade de concentração e auto-sugestão. Apenas a tem usado contra si.

2010/05/05

A sociedade do ressentimento

Desde crianças que fomos ensinados a olhar para os nossos erros ressentindo-os e perpetuando-os numa dinâmica de dor e sofrimento.
Nascemos em pecado, devemos pedir perdão a um senhor que nos protege pelos infelizes erros que fomos ou vamos cometendo, ensinam-nos os pecados capitais, e os nossos pais e educadores foram-nos lembrando pontualmente dos erros que fomos cometendo.
E se mais tarde nos casamos ou relacionamo-nos com um ser que pensa de forma diferente de nós, somos igualmente culpabilizados permanentemente por esse ser e por uma sociedade que não permite grandes variações de formatos de felicidade.
Esta dinâmica de culpabilização foi sendo instituída como um processo que - supostamente - nos ajudaria a manter-nos bem comportados e felizes.
O problema é que esta dinâmica de culpabilização, recriminação, ressentimento é proposta a um ser em crescimento: uma criança com matriz limpa e susceptível de condicionamentos instalados por longo prazo.
Mais tarde, enquanto adultos, carregados de culpas, remorsos, ressentimentos e outras recriminações, receamos a mudança ou a inovação. Deixando que a sociedade de consumo nos engula numa postura medrosa reactiva de serviços mínimos obrigatórios. Levantamo-nos cedo, para um trabalho mal pago ou pouco interessante - que é melhor que nada - e no meio das ansiedades em nós cultivadas lá vamos vivendo num atrofiado conforto. Porque o mundo lá fora - como dizem os telejornais - é mau e cheio de perigos.
E lá vamos ficando felizes em ver as telenovelas onde os ricos são mais infelizes que os pobres, e ao fim de semana o futebol nos vai fornecendo um árbitro onde podemos descarregar as nossas frustrações.

É este formato caduco e obsoleto que queremos?
E os nossos filhos querê-lo-ão?