2009/10/28



Há algo de senil em mim
Que já não me deixa lembrar
Há quanto foi o fim
Ou se cheguei a começar

Mas sei que foi sempre assim
Mais olhos que barriga
Mais sono que fadiga
Há sempre um tempo para parar
Saber se vale a pena
Ou fico ou mudo a cena

Refrão:

É só contar até 3 (1...2...3)
Vou nascer outra vez
Fechar os olhos (1...2...3)
Vou nascer outra vez
Respirar bem fundo (1...2...3)
Vou nascer outra vez
Começar de novo (1...2...3)
Vou nascer outra vez

Nunca foi boa escolha
Ficar à espera para ver
Por mais que a gente sofra
Um dia havemos de morrer

Mas sei que foi sempre assim
Mais garganta que vontade
Mais treta que verdade
Há sempre um tempo para pensar
Mudar alguma coisa
Ou mudo ou parto a loiça

2009/10/21

O homem do sinal vermelho


Conheci um homem que, no trânsito, aquilo de que mais gostava era de ficar parado nos sinais vermelhos. Adorava engarrafamentos, não daqueles tipo "pára-arranca", não. Gostava mesmo era de engarrafamentos a sério, onde se ficava parado durante uns bons quartos de hora.
Quando não andava de carro, adorava ficar à espera do transporte e deliciava-se quando o autocarro se atrasava.
E se por acaso se deslocava a pé para algum lado, parava várias vezes em cafés para tomar alguma coisa, especialmente naqueles em que o empregado o parecia ignorar e demorava quinze minutos para servir um café.
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"O tempo chega sempre; mas há casos em que não chega a tempo."
Camilo Castelo Branco