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O lago


O velho mestre pediu ao seu triste aluno que colocasse uma mão cheia de sal num copo de água e bebesse.
"Qual é o gosto?", perguntou o mestre.
- "Horrível", disse o aprendiz.

O mestre sorriu e pediu ao jovem que tirasse do saco outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem deitou o sal no lago. Então o velho disse:
- "Agora beba um pouco dessa água".

Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o mestre perguntou:
-"Qual é o gosto?"
-"É bom!", disse o rapaz.
-"E sente o gosto do sal?", perguntou o mestre.
-"Não, nada.", disse o jovem.

O mestre então, sentou-se ao lado do jovem, pegou-lhe nas mãos e disse:
"A dor na vida de uma pessoa não muda, mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando sentires a dor, a única coisa que deves fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que tens e ganhaste. Mais do que àquilo que perdeste. Por outras palavras: é deixar de se ser copo para se tornar lago."

(autor desconhecido - obrigado ao Simão)
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"Deus pôs o prazer tão perto da dor, que muitas vezes se chora de alegria. "
George Sand
(escritora francesa 1804-1876)

Comentários

Xicha disse…
Chorar e rir é fundamental para o nosso equilibrio, grave será se não se chora ou ri, ou ainda abusar de uma mais do que da outra...
:)
XI
rosa disse…
Então será justo dizer o mesmo em relação ao doce? Pois o doce gostamos de beber do copo, mesmo que por vezes faz enjoar. Será felicidade também tem que ser contextualizada, valorizada na experiencia da vida?... pois ela não é tão escassa quanto pensamos!

Adorei o texto ;)
Em relação ao doce talvez seja melhor não enchermos muito o copo. E que a sua contextualização seja feita com a nossa gratidão.
Anónimo disse…
Esta história é linda! Ainda esta semana senti que a beleza de sentimentos quando intensamente sentida doi.

"Deus pôs o prazer tão perto da dor que muitas vezes se chora de alegria!"
Parece um paradoxo, mas sucede, talvez porque o prazer e a dor, como qualquer par de opostos, nos extremos se tocam.
O inverso tb pode acontecer, uma dor intensa, pode gerar na nossa mente estados de prazer. Numa perspectiva pragmática e pouco poética este facto associa-se à libertação de determinadas substâncias quimicas no organismo que alteram o n/ estado fisico e emocional. Mas acho mais bonito pensar que somos feitos de energia em continuo movimento, em continua transformação e devemos aceitar que no meio da n/ busca pelo equilibrio, passamos por muitos e momentos distintos, todos necessários e parte de nós!Devemos ser gratos por ter consciência dos sentimentos, emoções, sensações e pensamentos.
Anónimo disse…
O melhor às vezes é partir o copo ;)

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