Naquele fim de tarde, em plena Brasileira do Chiado, tive uma visão/experiência inesquecível. Enquanto sentado na esplanada observava o tráfego humano pela Rua Garrett, de repente percebi que duas belas nórdicas numa mesa à minha frente se desmanchavam a rir. Estranhei tal reacção ainda mais vinda na minha direcção, mas percebi que afinal elas não olhavam para mim mas para além de mim. Ou melhor, para trás de mim. Não resisti, de forma discreta, suave mas imparável virei-me para trás e observei um velho senhor bem vestido, de fato, mas com a gravata mais ridícula que alguma vez vi na minha vida.
O homem acabava de se sentar umas cadeiras atrás de mim, com aquela gravata que parecia ter sido tirada de um pedaço de cortina. Mas não de uma cortina qualquer, de uma cortina de um palácio real. Imaginei eu que talvez do palácio da louca rainha de copas, que tanto atazanou Alice.
Era uma gravata potente, que despertava os sentidos. Mas aquele homem usava-a com tamanho orgulho que numa fracção de segundos a minha primeira impressão de ridículo passou para uma estranha admiração. Diria mesmo respeito.
Não sabia qual a história daquele homem e da sua gravata, não sabia mesmo. Mas aquilo que comecei a sentir foi uma profunda admiração pelo contraste, pela diferença e ainda mais pela pose quase majestosa e tranquila com que aquele homem exibia aquele fantástico pedaço de tecido.
Vi naquele homem, sentado uns metros abaixo da estátua do Fernando, uma outra estátua. A estátua de homenagem à diferença.
Bendita, majestosa e orgulhosa diferença.
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"O homem é o único animal que ri e chora, porque é o único que se impressiona com a diferença que há entre o que é e o que devia ser."
William Hazlitt
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"Numb" - U2
O homem acabava de se sentar umas cadeiras atrás de mim, com aquela gravata que parecia ter sido tirada de um pedaço de cortina. Mas não de uma cortina qualquer, de uma cortina de um palácio real. Imaginei eu que talvez do palácio da louca rainha de copas, que tanto atazanou Alice.
Era uma gravata potente, que despertava os sentidos. Mas aquele homem usava-a com tamanho orgulho que numa fracção de segundos a minha primeira impressão de ridículo passou para uma estranha admiração. Diria mesmo respeito.
Não sabia qual a história daquele homem e da sua gravata, não sabia mesmo. Mas aquilo que comecei a sentir foi uma profunda admiração pelo contraste, pela diferença e ainda mais pela pose quase majestosa e tranquila com que aquele homem exibia aquele fantástico pedaço de tecido.
Vi naquele homem, sentado uns metros abaixo da estátua do Fernando, uma outra estátua. A estátua de homenagem à diferença.
Bendita, majestosa e orgulhosa diferença.
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"O homem é o único animal que ri e chora, porque é o único que se impressiona com a diferença que há entre o que é e o que devia ser."
William Hazlitt
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"Numb" - U2
Comentários
Esse senhor teve não só essa ousadia como a coragem de mostrar o que verdadeiramente é: O REI DA SUA VIDA!
E viva o Ser Humano!***
Os iguais são aqueles que não têm sentido de vida.
Pensamentos do João
E ainda bem que a Diferença é distinta da Indiferença!