Avançar para o conteúdo principal

Os sobreviventes


Dois veleiros naufragam no meio do Pacífico. Em dois pontos diferentes desse oceano.
Da tripulação de cada barco, apenas um homem consegue resistir. E após uma incansável e desigual batalha, em que esses dois homens quase pereciam num titânico confronto com um Pacífico irado, finalmente chegam a uma ilha. Exaustos.
Cada um, nessa mesma ilha, chega a praias diferentes. Igualmente belas e paradisíacas mas em diferentes lados da ilha.
Um deles quando chega à praia, e em recuperação ofegante de uma batalha quase perdida, vira-se para o céu e grita agradecido a Deus por estar salvo.
O outro, na outra praia, assim que se sente seguro tocando em solo firme, recupera a respiração e grita zangado com Deus: "porquê eu ? porquê a mim ?".

Qual a diferença entre estes dois homens ?

Comentários

Paula NoGuerra disse…
Saber dar o verdadeiro valor das experiências passadas. Ou se deixa o mundo desabar e se queixa, ou o outro agradece pelo esforço usado pois ganhou a VIDA!!!
Anónimo disse…
a diferença é que aquele que agradece a Deus já deve ter apanhado algumas dezenas de tempestades antes, enquanto que o outro que se zanga com Deus provavelmente acabou de passar pela primeira.
a diferença entre estes dois personagens encontramo-la em nós ;)

Mensagens populares deste blogue

Um caminho para a Luz, apenas um caminho...

Falamos e ouvimos falar tanto da Luz. De uma Luz. Uma Luz que nos ilumina, que nos acompanha, que está dentro de nós. Para alguns essa Luz é Deus, para outros o Universo, a força do Universo, a Energia Universal, o Ki, o Amor, a Paz. A Luz é tanto em nós e quanto mais nos sentimos no seu caminho mais a enriquecemos conceptualmente, tornando-a mais rica e poderosa. Para outros que se sentem distantes deste conceito, admitir a possibilidade de uma Luz, que ilumina e acompanha o seu ser é uma proposta de alienação do seu próprio conhecimento ou auto-construção. É algo que não faz sentido porque os distrai de si mesmos. A estes direi que a Luz de aqui falo-escrevo é também exactamente isso: o seu próprio conhecimento e força de construção. Assim, seja você uma pessoa mais racional ou uma pessoa mais espiritual, a proposta de caminho que aqui lhe deixo é uma proposta pragmática e universal. Que será tanto ou mais espiritual, tanto ou mais racional, conforme o seu próprio sistema de crenças ...
Quando uma relação de amizade, familiar ou amorosa é cortada ou terminada e vemos que a pessoa ou pessoas do outro lado parecem ficar pouco ou nada afectadas com esse distanciamento que fica poderemos sentir-nos bastante magoados. E isso acontece porque o que se observa toca em necessidades humanas profundas de pertencimento, valorização e reciprocidade emocional. Quando vemos que a outra pessoa parece não se afectar com o afastamento, podemos sentir como se a nossa importância fosse diminuída ou até inexistente para ela. O que mais costuma magoar nesse contexto inclui: Sentimento de desvalorização – A ideia de que a relação poderia ter significado pouco para o outro gera dor, pois esperamos que laços que foram importantes para nós também sejam reconhecidos e sentidos por quem os compartilhou. Ferida no ego e na autoestima – Inconscientemente, podemos interpretar a falta de reacção como se houvesse algo "errado" connosco, como se não tivéssemos sido suficientemente bons ou di...
A utilidade da raiva (artigo publicado na revista Saúde Actual - Julho/Agosto 2025) "Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar a minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. A nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo." -         Mahatma Gandhi   A raiva é uma emoção humana primária bastante intensa, geralmente despertada quando sentimos que algo está errado, injusto, é ameaçador ou frustrante. Tem componentes físicos (tensão, aceleração cardíaca) e psicológicos (pensamentos de crítica, desejo de agir) e é uma reação natural que faz parte do nosso sistema de defesa — uma forma do corpo e da mente dizerem: "Algo precisa mudar." E pode ser expressa, reprimida ou canalizada. Normalmente, no meu trabalho como terapeuta agrego à raiva a revolta, a ira, a zanga… como uma espécie de amálgama emocional à qual deveremos dar uma especial atenção para a sua compreensão e ...