Este foi o dia em que a semente brotou, a planta cresceu e o homem gritou. A revolta no coração estalou a estagnação dos braços baixados. O queixo levantou-se e os olhos tocaram o céu. A luz entrou no vazio e a cor espalhou-se, entornada em sons de alegria. Este foi o dia em que cansado da não-luz o homem gritou. Palavras de força e de desejo. De crescer. Este foi o dia em que a voz se soltou. Poderosa e justa. O dia em que o homem se levantou e viveu. E percebeu. O seu fantástico e livre eu. Esse foi o dia em que a semente cansada da não-luz, gritou e nasceu. (in "A hipnose dos nossos dias" de Mário Rui Santos)
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