2008/10/21


"Nunca ficamos no tempo presente.
Lembramos o passado; antecipamos o futuro como lento demais para chegar, como para apressar o seu curso, ou nos lembramos do passado para fazê-lo parar como demasiado rápido, tão imprudentes que erramos por tempos que não são nossos e não pensamos no único que nos pertence, e tão levianos que pensamos naqueles que nada são e escapamos, sem reflectir, do único que subsiste.
É que, em geral, o presente nos fere. Escondemo-lo de nossas vistas porque nos aflige e, se ele nos é agradável, lamentamos que nos escape.
Buscamos mantê-lo mediante o futuro e pensamos em dispor as coisas que não estão em nosso poder por um tempo ao qual não temos a menor certeza de chegarmos.

Examine cada um os seus pensamentos. Vai encontrá-los a todos ocupados com o passado ou com o futuro.
Quase não pensamos no presente, e se nele pensamos é somente para nele buscar a luz para dispormos do futuro. O presente nunca é o nosso fim.
O passado e o presente são os nossos meios, só o futuro é o nosso fim.
Assim não vivemos nunca, mas esperamos viver e, sempre nos dispondo a ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos."

Fragmentos de "Pensamentos", de Blaise Pascal

7 Comments:

Blogger Xicha said...

Blogs funcionam mesmo assim, uma vez estamos outras não estamos, como eu hoje estive dexo-te um Grande Abraço na esperança de que te encontres maravilhosamente bem,
tudo de bom p ti Mário
:)
XI

E isto para mim é o presente...

terça-feira, outubro 21, 2008 9:22:00 da tarde  
Blogger Mário Rui Santos said...

Neste presente sinto-me grato !

quarta-feira, outubro 22, 2008 11:25:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Também estou aqui contigo.
Abraço

quinta-feira, outubro 23, 2008 12:10:00 da tarde  
Blogger Mário Rui Santos said...

Por aqui estamos :)

sexta-feira, outubro 24, 2008 8:38:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"Time present and time past
Are both perhaps present in time future,
And time future contained in time past.
If all time is eternally present
All time is unredeemable.
What might have been is an abstraction
Remaining a perpetual possibility
Only in a world of speculation.
What might have been and what has been
Point to one end, which is always present.
Footfalls echo in the memory
Down the passage which we did not take
Towards the door we never opened
Into the rose-garden. My words echo
Thus, in your mind.
But to what purpose
Disturbing the dust on a bowl of rose-leaves
I do not know.
Other echoes
Inhabit the garden. Shall we follow? (...)"

(T.S.Eliot, "Four Quartets, Burnt Norton")

Um abraço e tudo de bom.
Carla Reis

sábado, novembro 22, 2008 6:53:00 da tarde  
Blogger Mário Rui Santos said...

Obrigado Carla :) muito.

Shall we follow the time or shall we invite it to follow us ?

segunda-feira, novembro 24, 2008 7:04:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

quarta-feira, janeiro 07, 2009 12:49:00 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home