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E assim me diz o poeta.
Lembrando-me de me lembrar a mim e aos outros que a forma como vemos o mundo depende de nós.
O que isto significa é que nós, seres humanos e terrenos, não somos meros seres vivenciadores de experiências, somos também, antes de mais, percepcionadores e sencientes das circunstâncias.
Em função do que pensarmos delas, sentimo-las como experiências de dor ou de prazer, de sofrimento ou recompensa, positivas ou negativas, gostando ou não gostando. Mas… e este é um grande mas… o mundo não existe a duas cores, preto e branco, nem em dois movimentos, parado ou a andar. Existem muitas e diversas variações na forma como podemos observar o mundo.
Alguém me lembrava, há uns dias, que neurologicamente podemos olhar o mundo assim, a preto e branco. Usando o nosso cérebro reptíliano, num constante modo de luta ou fuga. Ou, então, optar por usar algo mais, uma parte mais “elevada” do nosso cérebro, o nosso córtex, observando e criando “terceiras vias” e formas próprias de sentir a realidade.
Podemo-lo fazer, saindo do modo reactivo em que a sociedade consumista nos foi condicionando ou em que uma educação com princípios rígidos, e talvez obsoletos, nos foi espartilhando.
Esta saída é feita exercitando um modo naturalmente contemplativo que o ser humano tem capacidade de activar. Assim, podemos parar por alguns segundos ou minutos aquilo que estivermos a fazer, fechar os olhos e observar.
Observar pensamentos tão simples como: “Mas que raio estou eu a fazer com os olhos fechados agora? Que disparate!”. E assim podemos ficar a olhar para esse pensamento do “disparate” a dar-lhe mais ou menos dimensão, mais ou menos luz ou cor, mais ou menos importância. Brincar com o “disparate”, esticá-lo, pô-lo a girar, com ou sem patins… e no meio de tudo isto… sorrir.
Percebemos nesse instante que estivemos a brincar/sonhar acordados, usando a nossa imaginação e exercitando a digna e legítima propriedade da nossa mente e do seu conteúdo. Tudo é nosso, somos o seu mestre, senhor e dono, criador, pintor e realizador…
Já o fazemos. Tantas vezes ao longo do dia. Milhares, talvez milhões. Em modo reactivo e serviçal.
Em auto-hipnoses negativas e auto-sugestões críticas, receosas ou limitantes.
Porque não então pegarmos nós nas luzes, nos adereços, escrever a nossa história, criar as personagens e… viver, sentir, observar?
Talvez porque nos foi dito um dia que ser cabeça no ar não é bom, que ter os pés na terra é importante, que sonhar alto é palermice, que as fadas não existem, que o pai natal morreu e que o menino Jesus é uma mentira dos pais.
Tendo tido a feliz sorte de não me dizerem isso, vou agora passando a mensagem de quanto é importante deixarmos as nossas crianças imaginar e sonhar, e os nossos adultos reaprenderem a fazê-lo.
www.MarioRuiSantos.net
www.Hipnose.Pro
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