Tudo o que faço, faço perfeito.
Posso demorar a fazer, mas quando faço, faço perfeito.
Também é verdade que, no final, o perfeito já não me parece tão perfeito.
Mas mesmo assim, aplico-me o possível e o impossível.
Se fico incomodado quando não consigo o perfeito?
Para mim, é um sofrimento. Eu e a imperfeição somos arqui-inimigos.
Não me posso permitir que ela de alguma forma me toque.
Se demoro muito tempo?
Bem, quando se procura fazer as coisas perfeitas o tempo não importa.
Aliás o tempo é como se parasse.
Ou melhor é quase como se parasse, porque na verdade quando procuro fazer as coisas perfeitas há outras coisas que deixo de fazer.
O quê, por exemplo?
Sei lá... outras coisas do meu trabalho que não são tão urgentes. Porque estou a fazer as coisas que são urgentes, mas estou fazê-las de um modo perfeito.
O quê? Se as outras coisas menos urgentes não se tornam entretanto urgentes?
Sim, é verdade. Mas eu não posso abdicar da perfeição. Mesmo que isso implique que eu acumule trabalho.
Se há outras coisas que deixo de fazer?
Às vezes. Estou menos tempo com os meus filhos ou com a minha família. Mas eles já sabem que eu sou bastante exigente e perfeccionista, e que isso me ocupa bastante tempo.
Se com eles também sou assim?
Claro. Temos que ser exigentes com quem amamos. A perfeição é uma arma para sermos bem sucedidos nesta difícil vida.
E eles já se habituaram... acho eu.
Se me sinto bem? Se me sinto feliz?
Mas que pergunta idiota é essa? Para mim o que importa é ser perfeito.
Se o meu corpo não se queixa?
Essa pergunta é ainda mais idiota. Eu não posso permitir que ele se queixe. Ele tem que se habituar a esta minha busca da perfeição.
Agora dê-me licença que esta conversa já me está a gerar ansiedade e eu tenho que tomar um Calmantan, ou qualquer coisa que acabe em An, por causa desta estúpida ansiedade que não me larga."
Tenha cuidado, a Perfeccionite pode não matar, mas olhe que mói bastante!
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