Sentir é humano.
É a nossa bússola interna.
No entanto, muitos de nós fomos ensinados a engolir a raiva, a esconder a tristeza e a reprimir a frustração, acreditando que isso é um sinal de força ou controlo.
Não é!
A verdade é que as emoções não desaparecem; elas apenas se transformam num peso silencioso, numa dor que nos revisita ou num sintoma que ressurge.
A repressão exige um esforço constante do cérebro, o que gera uma tensão interna significativa.
• Aumento da Ansiedade e Stress: A energia usada para manter os sentimentos "presos" mantém o sistema nervoso num estado constante de alerta. Isto pode levar ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade generalizada e, em casos mais graves, ataques de pânico.
• Depressão e Mal-Estar Difuso: A pessoa pode sentir uma tristeza constante, mal-estar generalizado ou uma sensação de vazio, pois está desconectada do seu eu interior.
• Irritabilidade e Oscilações de Humor: O controlo constante eventualmente falha. A emoção reprimida pode emergir como irritabilidade constante ou mudanças de humor súbitas e desproporcionais, as chamadas explosões emocionais.
• Dificuldade de Autoconhecimento: A pessoa pode desenvolver alexitimia (dificuldade em identificar e descrever as próprias emoções), levando a uma profunda desconexão consigo mesma e a dificuldade em tomar decisões alinhadas com as suas necessidades.
• Fadiga Mental e Insónia: O esforço psicológico para manter o controlo suprime a capacidade de relaxar, contribuindo para a exaustão mental e dificuldade em desligar-se para dormir.
A incapacidade de expressar autenticamente os sentimentos prejudica a comunicação e a intimidade.
• Comunicação Não Autêntica: A pessoa tem dificuldade em estabelecer ligações verdadeiras porque não consegue ser vulnerável nem partilhar o que realmente sente. Isto cria uma distância emocional.
• Conflitos e Afastamento: Como as necessidades e os limites não são expressos, a pessoa pode acabar em relações desequilibradas. A falta de comunicação pode gerar ressentimento, que acaba por levar a conflitos ou ao afastamento dos outros.
• Sentimento de Solidão: Mesmo rodeada de pessoas, a incapacidade de se abrir leva a uma sensação constante de isolamento e solidão.
O corpo é frequentemente o "depósito" das emoções não processadas.
O stress crónico gerado pela repressão afeta diretamente o sistema fisiológico.
• Cardiovascular : Aumento da taxa de atividade cardiovascular, Pressão Alta (hipertensão) e maior risco de doenças cardiovasculares a longo prazo.
• Sistema Nervoso: Tensão muscular crónica, enxaquecas e dores sem causa física aparente (somatização).
• Gastrointestinal: Distúrbios digestivos, como Síndrome do Intestino Irritável, úlceras ou azia crónica.
• Sistema Imunológico: Redução da Imunidade, tornando o organismo mais vulnerável a infeções frequentes (gripes, constipações) e dificuldades de recuperação.
• Outros: Fadiga física, alterações no apetite (excessivo ou reduzido) e ganho ou perda de peso.
. . .
As emoções merecem espaço.
Ouvi-las, acolhê-las, exprimi-las, esse é o caminho.
Se precisar procure ajuda - isso será talvez uma das coisas mais corajosas que podemos fazer por nós.
Se já procurou ajuda mas sentiu que não funcionou consigo, não desista: há muitos terapeutas e muitas formas de terapia - uma delas irá funcionar melhor consigo.
A contenção das emoções ou repressão emocional não é uma doença mas poderá criar doenças, físicas e ou mentais.
Lembre-se: ouvir as emoções difíceis, acolhê-las, exprimi-las, esse é o caminho.
O inevitável e mais saudável caminho.
Boa semana! 
. . .
*Um dos grandes obstáculos à expressão das nossas emoções difíceis é o consciente ou inconsciente Medo da Vulnerabilidade.
Se quiserem saber um pouco mais sobre Vulnerabilidade, convido-vos a assistir (gratuitamente) a este seminário que fizemos sobre esse assunto:
Vulnerabilidade e Auto-Confiança
(duração: 2h29m)
. . .
Auto-conhecimento, Desenvolvimento Pessoal, Sessões terapêuticas
Formação, Sessões, Workshops, Caminhadas, Artigos e outras actividades
Lisboa - Porto - Leiria - Online
Comentários