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Thomas Szasz e a psiquiatria



"Se falas com Deus, estás a rezar.
Se Deus fala contigo, és esquizofrénico."
Thomas Szasz

Comentários

Um psicoterapeuta partilhava comigo, há umas semanas atrás, que por vezes era recomendado por alguns especialistas, falar "esquizofrenês" com estas pessoas. Percebi que eu já o fazia há algum tempo, com pessoas que haviam "recebido" diagnósticos de esquizofrenia paranóide, e comunicavamos fluidamente. A determinada altura elas começavam a falar comigo em "normalês".
Anónimo disse…
:)
As grandes questões são:

Como definir o que é ser normal?

A quem compete estipular os requisitos a que deve obedecer o comportamento de uma dita pessoa normal? Quais os limites?

Em que contexto, época, cultura, etc., se adequam esses requisitos?

Não deveriamos ser livres para apenas "SER"?

E se de repente nós "os normais" fossemos rotulados como anormais? Como nos sentiriamos?
Anónimo disse…
Hoje em dia, e cada vez mais, muitos alunos começam cada vez mais cedo a tomar drogas para: "ficarem quietos", "não falarem" diagnosticados de hiperactividade. Eu sempre que posso prefiro dar-lhes uma bola.
Entre os professores a moda é serem bipolares, e tomam drogas para não se rebelarem contra a falta de tempo que têm para se encontrarem todos os dias.
As economias de escala preferem perturbações standardizadas para aplicação medicamentosa devidamente industrializada.
A esta sociedade de consumo não interessa criar indivíduos com identidade forte que questionem paradigmas vigentes, em dinâmicas de construção de felicidade própria.
A esta sociedade interessa ainda rentabilizar modelos obsoletos de felicidade, nem que para isso tenha que se "adormecer" os jovens ou adultos indivíduos.
Unknown disse…
A 'normalidade' não se define. O segredo para a oposição a essa economia de escala, à sociedade de consumo ou a esses modelos obsoletos de felicidade, é a tolerância para com os paradigmas de cada um. Sendo que é primordial que cada pessoa os defina por si próprio, e não pelas injecções ou rótulos que a sociedade lhe vende. Aceitar estes, e tantos outros, rótulos, é negarmo-nos a nós próprios, rejeitar a nossa capacidade de pensar e abdicar do nosso bem-estar.
Abraço
Anónimo disse…
"Os que dançam são julgados loucos por aqueles que não conseguem ouvir a música."
Angela Monet
Gostei do velhote, da expressão, postura e do discurso. Totalmente convicto e serio mas com sentido de humor. Quando for mais velha quero ser assim :)
:) sim, quando for mais velho também quero ter esta juventude de espírito
Anónimo disse…
Alguns grupos de auto-ajuda para familiares de pessoas aditas a substâncias (álcool, droga, etc) dizem que estão também doentes devido ao seu relacionamento com o seu familiar adito. Dizem que é uma doença de relacionamento, porque afecta os familiares que se preocupam com a pessoa que tem esse vício. Com este vídeo fiquei um pouco confuso. Estas pessoas são ou não doentes?? ou depende da interpretação que se dá a esse termo??

"we see things not as they are, but as we are"

Anónimo
Porto :)
O termo doença é um termo cada vez mais difundido, usado por quem diagnostica, apropriado por quem é diagnosticado.
Para o bem e para o mal é o termo que se usa. No entanto há um efeito pernicioso e extremo na sua utilização, muitos doentes tendem a resignar-se à doença sem a lutar ou trabalhar filosófica ou emocionalmente. Um trabalho que poderia e deveria ser feito a acompanhar qualquer eventual e necessária medicação.
É a esse termo "doença" que Szasz se refere, um termo inflaccionado e que a muitos interesses convém por desresponsabilizar o indivíduo do seu próprio poder e encaminhá-lo para uma dependência material e química. É a essa "doença" que Szasz se refere...
zi disse…
Antes de mais o que se diz no video nada tem a ver com a esquizofrenia. Há sessenta anos já havia esquizofrénicos e não é possível, se já viram algum surto psicótico, acreditar que aquele estado possa ser normal ou ser apenas um desvio do normal. São doenças reais, que existem e continuarão a existir na sociedade porque, apesar de tratamento na crise e de manutenção, há sempre a possibilidade de um novo surto. Claro que há 60 anos havia menos doenças mentais! A esperança de vida também era muito inferior e nem antibióticos havia. Os tempos passam e mudam e tudo evolui, bem como o conhecimento médico e científico. Quanto ao video, seguramente que o Szasz viu crianças hiperactivas. Digam aos pais destas crianças que elas são normais! que os deixem ser como são! Uma vez numa consulta de pediatria tive um miudo assim e acreditem que não ficou nada por mexer no gabinete! Existe actualmente e já consagrado no DSM-IV o défice de atenção e hiperactividade no adulto. Se não é doença porque melhora com a medicação? Ou será que devemos é começar a tomar estimulantes para sermos assim porque, pelos vistos, se eles também são normais, porque não sermos como eles?
Zi, dá para ver que está emocionalmente envolvida mas também completamente iludida - desculpe a franqueza.
Tudo o que é dito tem a ver com a dita "doença" e os "surtos psicóticos" fruto de uma constante repressão e incompreensão.
Não ajudando as pessoas com estratégias cognitivas de adaptação elas vão reprimindo, acumulando, até que...

Quanto à evolução do conhecimento médico e científico...
Por um lado evolui, por outro involui - para que se rentabilizem medicamentos.

No seu gabinete não conseguiu "controlar" uma criança "hiper-activa" - talvez possa aprender um dia a fazê-lo, sem químicos.
É possível, sabe?

DSM?
DSM=Falácia pseudo-científica.

A doença não melhora com a medicação - os sintomas são mascarados.

Mas é mesmo preciso estar a lembrar isto tudo a uma médica?

:(

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