A escolha
Acreditar que não somos passivos perante pensamentos que comprometem o equilíbrio do nosso dia-a-dia é uma atitude de controlo e de responsabilidade. Não numa perspectiva mecanicista, quadrada e pouco natural desse mesmo controlo. Não.
A gestão dessas perspectivas e a escolha do modo como lidamos com esses pensamentos é uma capacidade natural, tranquila que todos possuimos. Por vezes um pouco adormecida, mas natural e contributiva para o nosso equilíbrio e felicidade. Natural.
E acreditar que temos essa escolha é tão natural como constatar que na nossa vida o vamos fazendo, mas normalmente com um leque limitado a uma aparente e única opção. O que nos esquecemos por vezes é de nos abrirmos criativamente e predispormo-nos a uma série de muitas outras opções.
Aí sim, nesse momento, escolheremos de facto. De forma justa e equilibrada para nós próprios e para o sistema em que vivemos.
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"O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da acção ." Simone de Beauvoir
13 Motorcycle diar... |
12 Comments:
concordo - estamos em sintonia ;)
Muito bom dia Mário...
:)
Xi
Passei a acreditar no poder de escolha sobre a prespectiva de observação (e, subsequentemente, de julgamento) no momento que reflecti sobre o facto de, num dado dia em que logo pela manhã começaram as tropelias próprias dos dias que começam mal, disse para mim mesma de forma determinada Ah não, hoje hei de ser mais teimosa que tudo o que me cair ao pés para me lixar o juízo, e o que é facto é que desde um pneu furado, um cartão multibanco ilegível, uma entrevista marcada e um telemóvel que por esquecimento ficou sem crédito, tudo aconteceu nesse dia, e eu lidei com tudo de forma calma, conscientemente controlada e por isso descontraída e com grande clareza de raciocínio. Acredito, portanto, que isto é possível.
Mas e que fazer quando corpo grita à alma que descanse, que se deixe de sonhos por uns tempos, que o deixe dormir profundamente, que se deixe de desafios pois os músculos contraem até à dor aguda como forma de protesto. Que fazer quando a alma ferve de emoção ao descobrir tantas coisas para aprender, quando o sonho nos entra pela vida a dentro estampado nas coisas mais insignificantes, ou não. Nestas alturas gerem-se os dias com a pouca energia que se tem, deita-se tarde e levanta-se cedo, sempre, come-se bem em grande parte dos dias, em passo de corrida nos outros dias, e são tantas as imagens, as ideias, as listas de coisas a não esquecer, acontece alguma coisa, apanha-nos no meio de um furacão e muito facilmente nos atiramos ao chão, viramos, calamos de morte, caimos ou fujimos. Como fazer para utilizar a tão natural capacidade de escolher o que quer que seja, quando estamos mal sintonizados, que parece ser quando não acreditamos em quase nada...
pessoalmente GV, gosto de ver esses momentos, em que parece que não estamos sintonizados e que quase não acreditamos em nada, como momentos de crescimento. tal como uma dor de crescimento. porque sei que vou sair deles ainda mais forte e cada vez mais forte...
... a velha história de recolher a um canto e lamber umas quantas feridas... para regressar depois, mais forte do que nunca...
exactamente :)
E será mesmo assim ? Eu ca tenho ideia de que não é assim tão facil...
E quem disse que é fácil???
...e quando essa dor é tão forte e tão prolongada, que parece que não tem fim... porque há fases na vida que nos fartamos de lamber feridas e elas não cicatrizam... os dias passam e penso: "Grandes provas, grandes partidas que esta vida nos prega!"
Mas a verdade é que todos os dias regresso! Como...? Tem dias! :)
Ninguém disse que é fácil - é verdade - e por isso temos de ter dias para descansar e podermos continuar a fazer o que não é fácil, mas é bom: a viver.
Não é facil esse poder de escolha... quantas vezes desejamos fazer algo, ir contra ao que estamos a sentir mas, é impossivel. O que sentimos supera, qualquer poder de acção!!
Isso acontece porque a crença/convicção que temos instalada em relação a esse assunto não nos é funcional/saudável/lógica - a primeira coisa que há fazer é alterá-la (e sim, podemos alterá-la - fomos nós que a construímos)
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