2007/08/06

A força do erro


Se perguntassemos a treze pessoas se elas admitiam os seus erros, acredito que teriamos o seguinte resultado:

- Duas pessoas diriam que sim, que facilmente os admitem;
- Três pessoas diriam também que sim e imediatamente pediriam desculpa, embora não soubessem porque o estavam a fazer:
- Outras duas diriam que sim, embora não o pensassem genuinamente;
- Duas hesitariam, não sabendo o que dizer;
- Ainda outras duas diriam que não;
- E por fim, as últimas duas diriam que nunca erram.

A tendência que se verifica é que quanto mais o ser humano se torna adulto mais dificilmente ele admite os seus erros, uma vez que se considera mais conhecedor, mais sábio e mais experiente. Não deixando assim espaço para a realização de erros. É orgulhosamente sábio de uma forma estúpida.

Este "orgulho" é um falso e ignorante orgulho que bloqueia ou estagna, perpetuando um sofrimento ou adiando um fecho, que evita a comunicação e a dissolução de bloqueios de uma relação ou de uma forma de estar na vida.

Orgulho é o que sentimos com o que fazemos bem, e também quando nos confrontamos com o que fazemos menos bem e o corrigimos ou esclarecemos para fazer ainda melhor. Esse sim, parece-me ser o verdadeiro orgulho.

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"O nosso grande erro é tentarmos obter de cada um as virtudes que ele não tem e esquecermo-nos de cultivar as virtudes que ele tem."
Marguerite Yourcenar

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"Fix You" - Coldplay

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Admitir que erramos é difícil…
Ao admitir que erramos estamos a admitir que podemos errar…
o que abre as portas à possibilidade de podermos errar sem o reconhecer, admitir ou corrigir
…isto deixa-nos frágeis…e como detestamos estar frágeis!!

Há que ter coragem para nos expor como os seres “em estado de evolução” que somos, para que possamos ter “orgulho” do nosso crescimento ;)

segunda-feira, agosto 06, 2007 2:25:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Por acaso - ou talvez não - aprendi que quanto mais admito ou reconheço os meus erros, e os processo ou resolvo, mais feliz me sinto ;) Abraço

segunda-feira, agosto 06, 2007 3:43:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

e se eu disser que o erro para o outro não é erro para mim?
E se eu disser que o que te parece errado em mim ( mesmo com a evidência de que eu estou a sofrer com esse dito erro) é o que eu estou a ser chamada a fazer? é o que eu estou a precisar de fazer para crescer?
no final das contas o que é que é errado e o que é que é certo?
acredito que os caminhos da vida são por vezes sinuosos (ou somos nós os sinu/tortu-osos?), mas sei que mais tarde ou mais cedo havemos de chegar lá, percebendo que se calhar podíamos ter feito a coisa de outra maneira- nem que seja mesmo antes de morrermos. E é sempre tempo de dizer "Perdoa-me" e de ouvir "Perdôo-te".
Eu sei amigo, eu sei...o difícil é quando vemos que esse 'erro' magoa os outros que nos são chegados. But even so.

segunda-feira, agosto 06, 2007 4:57:00 da tarde  
Blogger African Queen said...

E se não houver certo nem errado? Se as coisas não forem preto e branco mas sim um belo arco-iris, em que cada cor só é aquilo que é porque é um somatório das outras todas? Eu às vezes penso nisso... certo e errado só o é como tal num determinado contexto, de acordo com convenções, padrões, regras, é uma construção do social. E como reconheceríamos as coisas, os sentimentos, as emoções se estes não tivessem diferentes formas e gradações? Como saberíamos o que é preto se não conhecessemos o branco?...

terça-feira, agosto 07, 2007 1:21:00 da manhã  
Blogger Mário Rui Santos said...

as coisas não são preto e branco, mas por vezes as pessoas querem dizer preto e dizem branco, ou querem fazer verde e fazem encarnado, ou querem cantar amarelo e entoam cinzento, ou querem olhar nos olhos mas olham de cima para baixo, ou querem elogiar mas insultam, ou querem construir mas destroem, ou querem crescer mas estagnam, ou querem ensinar mas não aprenderam ainda, ou ou ou... ;)
erro é tudo aquilo que agora sei que posso fazer de forma diferente, talvez melhor...

terça-feira, agosto 07, 2007 9:30:00 da manhã  
Blogger Paula noguerra said...

Eu como sou uma sincera (há ate quem ache que sou sincera demais...) acredito que não exista nada melhor que isso.
Admito se erro desde o primeiro momento, simplesmente pelo facto de saber que não há ninguem perfeito... para quê adiar e engar um facto real!
Mas cada um é como cada qual... mas sou completamente a favor da SINCERIDADE e HONESTIDADE!!

quinta-feira, agosto 09, 2007 5:52:00 da tarde  

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