2007/01/29

Só bons comentários


Nos últimos anos tenho vindo a desenvolver um esforço no sentido de comentar apenas positivamente, elogiar, felicitar, enfim valorizar o que é positivo. Felizmente para mim esse esforço tem-se convertido em algo mais próximo da fluidez. Não sendo já um esforço mas cada vez mais, e ainda bem, uma resposta ou comportamento autónomo.

A não facilitar esta forma de pensar, tenho consciência clara de que esta ainda não é a atitude, e consequente comportamento, vigente na nossa sociedade. Especificamente, na sociedade portuguesa.

A verdade é que esta atitude leva por vezes à existência, da minha parte, de alguns silêncios perante a atitude dominante de crítica e de negativização de alguns para com os outros. Silêncios apenas preenchidos com um leve sorriso ou aceno de cabeça da minha parte. Tentando, com isso, que as pessoas não pensem que sou ostensivamente mal-educado com elas, porque as ignoro. Mas os silêncios existem.

E pergunto-me muitas vezes se esse silêncio que grito aos ouvidos da pessoas é legítimo. Se não deveria dizer-lhes que discordo da forma de pensar delas e mostrar-lhes os meus argumentos da forma mais civilizada e positiva possível. Para que, na minha perspectiva, elas também o experimentem fazer e o continuem.

Cheguei à conclusão que avalio esta minha forma de pensar e os meus argumentos de um modo tão sólido, e acredito neles tão convictamente, que por vezes de forma entusiástica contribuo não para a outra pessoa se questionar mas para a pessoa se chocar, primeiro comigo e depois com ela própria. Sinto-me um iluminado e por me sentir um iluminado encandeio algumas pessoas. E isso é pouco ou nada interessante, pouco produtivo. Para mim, para as outras pessoas, para as nossas relações.

Então modero o meu entusiasmo e em vez de "despejar" o meu optimismo, positivismo e outras coisas que penso serem importantes na vida, como verdades absolutas, deixo pequenas pistas para os outros. E o mais fascinante disto é que em vez de receber reacções de choque, recebo aceitação e mais ainda : pequenas pistas que também eles me deixam. E no final da conversa, chegamos à conclusão que afinal tinhamos os dois as luzes acesas, e que quando as juntámos...da noite se fez dia.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Existe uma diferença entre dar o peixe e ensinar a pescar. O caminho pode ser indicado, mas tem de ser percorrido pelo próprio. As experiências e as realidades são individuais.
Felizes daqueles que se encontram no "caminho" e o partilham.
http://www.abreaporta.blogspot.com

segunda-feira, janeiro 29, 2007 5:47:00 da tarde  
Blogger A. Roma said...

Quando a vontade é férrea e genuína mais cedo ou mais tarde encontramos formas de chegar aqueles que tem o coração minimamente aberto. O que é bom para quem dá e recebe.
Abraço.

segunda-feira, janeiro 29, 2007 7:37:00 da tarde  
Blogger Pedro Santos Paulo said...

Existe uma diferença entre dar o peixe e ensinar a pescar. O caminho pode ser indicado, mas tem de ser percorrido pelo próprio. As experiências e as realidades são individuais.
Felizes daqueles que se encontram no "caminho" e o partilham.

terça-feira, janeiro 30, 2007 12:00:00 da manhã  
Blogger Xicha said...

Senti muito estas palavras são dirigidas também a mim concerteza, fico muito grata por isso...
Abraço
Xi

terça-feira, janeiro 30, 2007 3:09:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ao pensarmos com optimismo estamos a atrair toda a energia positiva, toda a sabedoria divina. O não criticar faz com que o nosso espírito evolua, o aceitar os outros oferece-nos paz e tranquilidade. Não é fácil, para mim tem sido uma luta.
É gratificante ler textos como este.
Idiot Princess

quarta-feira, janeiro 31, 2007 12:43:00 da manhã  
Blogger Mário Rui Santos said...

pois...quando a vontade é férrea e genuína, conseguimos ensinar a pescar como alguém já nos ensinou.
ficando gratos por ter aprendido, por ter ensinado, o nosso espírito evolui nessa luta nos abraços e na força que partilhamos, dando e recebendo

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 11:20:00 da manhã  

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