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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2008

"Os 5 euros"

Um dia, quando um homem chegou já tarde a casa, como era habitual, cansado e irritado após mais um dia de trabalho, encontrou, esperando por si à porta, o seu filho de 5 anos. - Papá, posso fazer-te uma pergunta? - Claro que sim. O que é? - Quanto ganhas numa hora? - Isso não é da tua conta. Porque me perguntas isso?! - respondeu o homem, zangado. - Só para saber. Por favor... diz lá... quanto ganhas numa hora? – perguntou novamente o miúdo. - Bom... já que queres tanto saber, ganho 15 euros à hora. - Oh! - suspirou o rapazinho, baixando a cabeça. Passado um pouco, olhando para cima, perguntou: - Papá, emprestas-me 5 euros? O pai, furioso, respondeu: - Se a razão de tu me teres perguntado isso, foi para me pedires dinheiro para brinquedos caros ou outro disparate qualquer, a resposta é não! - E, de castigo, vais já para a cama. Vai pensando no menino egoísta que estás a ser. A minha vida de trabalho é dura demais para eu perder tempo com os teus caprichos! O rapazinho, cabisbaixo, diri...

"O ladrão de bolachas"

Uma mulher estava à espera num aeroporto certa noite, com várias horas pela frente antes do seu vôo. Procurou um livro numa loja do aeroporto e comprou um pacote de bolachas, sentando-se finalmente. A mulher estava mergulhada no seu livro, mas aconteceu ver que o homem sentado ao seu lado, de físico imponente, pegou numa ou duas das bolachas do pacote no meio de ambos. Situação que ela tentou ignorar para evitar uma cena. Assim, ela tirou uma bolacha e olhou para o relógio à medida que o corajoso ladrão de bolachas diminuía o seu stock. Ela foi ficando mais irritada a cada minuto que passava pensava, "Se não fosse tão boa pessoa, punha-lhe um olho negro". Por cada bolacha que ela tirava, ele tirava outra quando finalmente só restava uma, ela perguntou-se o que faria ele. Com um sorriso na cara e um riso nervoso, ele tirou a última bolacha, partiu-a ao meio e ofereceu-lhe metade ao mesmo tempo que comia a outra. Ela arrancou-a da sua mão, e pensou... ooh caramba! Este tipo tem...

O homem da gravata ridícula

Naquele fim de tarde, em plena Brasileira do Chiado, tive uma visão/experiência inesquecível. Enquanto sentado na esplanada observava o tráfego humano pela Rua Garrett, de repente percebi que duas belas nórdicas numa mesa à minha frente se desmanchavam a rir. Estranhei tal reacção ainda mais vinda na minha direcção, mas percebi que afinal elas não olhavam para mim mas para além de mim. Ou melhor, para trás de mim. Não resisti, de forma discreta, suave mas imparável virei-me para trás e observei um velho senhor bem vestido, de fato, mas com a gravata mais ridícula que alguma vez vi na minha vida. O homem acabava de se sentar umas cadeiras atrás de mim, com aquela gravata que parecia ter sido tirada de um pedaço de cortina. Mas não de uma cortina qualquer, de uma cortina de um palácio real. Imaginei eu que talvez do palácio da louca rainha de copas, que tanto atazanou Alice. Era uma gravata potente, que despertava os sentidos. Mas aquele homem usava-a com tamanho orgulho que numa fracção...

Coincidências (artigo)

Em Agosto de 2001, Moshê (nome fictício), um bem sucedido empresário judeu, viajou para Israel em negócios. Na quinta-feira, dia 9, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido numa pizzaria na esquina das ruas Yafo e Mêlech George no centro de Jerusalém. O estabelecimento estava sobrelotado. Assim que entrou na pizzaria, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não dispunha de tanto tempo. Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu. Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelita perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez o seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião. Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que el...

Erros, fracassos, falhanços, estupidezes, insucessos e outros processos

Costumo aprender mais com um erro do que com dez sucessos. Cresço com as coisas estúpidas que faço e observo, aprendo muito. Sei que não sou uma máquina que reproduz exactamente aquilo que lhe ensinaram ou programaram. Sinto, experimento, falho, inovo e cresço. E aprendo. Os erros não foram feitos para não se cometerem, foram feitos para aprendermos com eles. E aprender com eles não implica evitá-los, temê-los, ansiar por fugir deles. Aprender com eles significa estarmos atentos tranquilamente às condições e às variáveis que levam à não repetição desses mesmos erros, e mais importante do que tudo isso: significa melhorar. Chamo a isto crescer. Em termos práticos, aquilo que proponho é que após um erro, um fracasso, um falhanço, insucesso ou estupidez, se abrace essa parte de nós que errou e se converse abertamente sobre as circunstâncias. Não lhe virando a cara, apoiando esse nosso lado, partilharemos o horizonte do que pode ser feito ainda melhor. (imagem "Molecule Man" - Be...

Intenções positivas

Muitos de nós tendem a ter comportamentos estranhos, por vezes pouco ou nada saudáveis, pouco ou nada equilibrantes, pouco ou nada funcionais...Surgem na nossa vida sem percebermos bem quando, como ou porquê. Mas são normalmente consequências de estratégias nossas de sobrevivência, respostas que nos levam a lidar com situações de alguma forma perturbadoras ou de mudança. Desde o simples roer de unhas ao mais complexo arrancar de cabelos, desde o "simples" fumar ao comer compulsivamente ou desde o simples ranger de dentes aos ataques de ira frequentes, etc. etc. São estratégias e técnicas por nós implementadas , de forma inconsciente mas - por muito estranho que pareça - de forma protectora. Possuímos directivas interiores de auto-preservação muito fortes, e é bom que nos lembremos disso. Mesmo quando a nossa auto-estima está de rastos e fazemos algo em conformidade, tudo aquilo que nesse momento possa surgir na nossa mente é num sentido de atenuar sofrimento. O grande senão d...

"Falas da civilização, e de não dever ser" - Alberto Caeiro

Falas da civilização, e de não dever ser, Ou de não dever ser assim. Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos, Com as coisas humanas postas desta maneira, Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos. Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor. Escuto sem te ouvir. Para que te queria eu ouvir? Ouvindo-te nada ficaria sabendo. Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo. Se as coisas fossem como tu queres, seriam diferentes: eis tudo. Ai de ti e de todos que levam a vida A querer inventar a máquina de fazer felicidade! Alberto Caeiro ( outros poemas ) (obrigado Rui)

O Agora e as Expectativas

Hayan tinha acordado naquela manhã com uma vontade imensa de pintar. Nunca tinha pintado na sua vida, apenas os desenhos que era obrigada a fazer na escola aos quais não achava muita graça, embora todos a elogiassem sempre que o fazia. Por isso nem sequer tinha ponderado algum dia pintar um quadro. Mas naquela manhã algo se tinha iniciado de forma diferente. Saíu do seu quarto e quase a correr dirigiu-se ao sotão, onde ela sabia existir material de pintura do seu avô. Era um sotão de luz e apesar de ser pouco visitado, era de alguma forma acolhedor, apesar das caixas de arrumações que se amontoavam. Assim, Hayan montou o cavalete, escolheu cores, pincéis e uma tela, colocando-se num sítio bem iluminado do sotão. Durante alguns segundos olhou para a tela em branco, como que aguardando algo que não sabia bem o que era. Até que ouviu passos atrás de si, e viu a sua mãe entrar sorridente olhando para ela. - Que pintas Hayan ? - perguntou-lhe a mãe. Hayan continuava a olhar para a tela em b...

Empregada dos correios ganha prémio literário (notícia)

Uma ex-empregada britânica dos Correios cujo primeiro romance foi rejeitado por 20 agentes literários do Reino Unido, antes de uma editora se aperceber das suas potencialidades, foi galardoada com o prémio Costa (Costa Book Awards). Catherine O Flynn, de 37 anos, conquistou o prémio, um dos mais prestigiosos do Reino Unido, com o seu primeiro romance, «What Was Lost», noticia hoje a imprensa britânica. O Flynn, que foi empregada dos Correios e trabalhou numa bilheteira, viveu uma experiência semelhante à da escritora britânica J.K. Rowling, que apenas alcançou o êxito ao cabo de numerosas rejeições. (ver notícia completa in PortugalDiario ) ---

A dinâmica do recomeço

Recomeçar, evoluir na continuidade, passar para uma nova etapa, entrar num outro nível, ascender, expandir, reerguer, começar de novo, semear, abrir os olhos, levantarmo-nos, sorrir quando pensamos naquilo que nunca iremos conseguir fazer e fechar os olhos...para os abrir pensando que o impossível afinal...não é tão impossível assim. A cada dia que acordamos, a cada tarde ou manhã, a cada semana que começamos, a cada mês, a cada ano ou a cada século, o tempo pára para nos agarrar nos ombros e sacudir-nos, enquanto nos diz com um sorriso: FAZ ! E nesse momento ou o olhamos nos olhos e lhe sorrimos de volta, com todo o nosso ser, ou inventamos desculpas baseadas nas experiências dos cansaços e frustrações. Esquecendo-nos das contas justas que devemos fazer...porque das coisas boas, das vitórias e dos sucessos parece não rezar a história fácil de nós. Lembramo-nos sempre de outras fáceis histórias de lembrar: dos cansaços e dos insucessos. É por isso que quando viramos a cara ao tempo que...