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O sacrifício de adiar


Adiar ou, se quisermos, reagendar é provavelmente a acção que menos adiamos e imediatamente colocamos em prática no nosso dia-a-dia. Supomos nós, nesta nossa simpática ignorância, que é fácil fazê-lo. E como tal, lá vamos continuando a adiar.

Racionalizando um pouco a situação, percebemos rapidamente que não é assim tão fácil adiar. A verdade é que adiar traz consigo um peso maior com a gestão da frustração do não fazer.

Assim que colocamos um pensamento, uma intenção, na nossa mente - algo que para nós é importante - essa informação fica num modo de espera até à sua concretização ou implementação. Se adicionarmos a esse facto aquilo que sabemos por antecipação que essa concretização ou implementação nos trará de positivo, estamos a negar-nos a essa satisfação.
Teremos desta forma de ir gerindo a negação de uma satisfação, a presença constante de um elemento que nos relembra essa tarefa e a frustração por ainda não a termos concretizado. O desgaste energético é tremendo nesta gestão, e a comparação com o "aparente ganho" do adiar constante é, na maior parte das vezes, injusto.
Injusto porque não avaliamos de forma clara e imparcial os ganhos de uma e outra situação. Tendemos a ser imediatistas ou comodistas no usufruto de um prazer aparente, esquecendo-nos que estamos a incorrer num sofrimento ainda maior: o de adiar.

Constata-se desta forma que o implementar, o concretizar, o agir já, é um fantástico e incomparável prazer.

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"Não evitas esse combate, só o vais adiar, para tua própria desvantagem."
Niccolò Machiavelli in "O Príncipe"

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Há uns meses atrás surgiu-me uma vontade imensa de conhecer uma cidade perdida na selva. A sua beleza, o seu mistério e a ligação ao budismo, foram factores que fizeram focar a minha atenção em Angkor Wat.
Passado pouco tempo alguém decidiu ajudar-me a deixar de adiar este meu sonho e a possbilidade de lá ir...chegou.
E assim, meus caros amigos, deixo este meu pequeno espaço por alguns dias e por uma boa causa, e lá irei. Agindo já, em direcção a Angkor. Até já !

Comentários

Anónimo disse…
Parece que, tendo à mão o manual de condução de atitudes, podemos ser tudo o que queremos ser, até podemos ser corajosos e valentes e racionais e fortes..

Mas na vida real de todos os dias acabamos sempre por bater com a cabeça no exame do código que nos permite descodificar os medos e codificar atitudes compensatórias de nós mesmos..

Voltarei para reflectir melhor..
African Queen disse…
Bolas! Que inveja :) essa viagem também está na minha wish list.
Boa viagem.
Anónimo disse…
Adiar é verdade que "parece" ser a solução mais fácil, mas é só isso: "parece".
Até breve
Xicha disse…
Que faças uma óptima viagem Mário vai ser concerteza uma viagem muito espiritual e sei que vais tirar o máximo dela tudo de bom
e diverte-te também ok
Bj
Xi
Anónimo disse…
Nem sempre os adiamentos vêm da preguiça ou da falta de coragem, às vezes é o medo que nos tolhe..

Depois há ainda as coisas que não dependem inteiramente de nós.. Também se deve adiar quando não se tem a certeza.. mas nessa altura deve-se estabelecer um prazo, o momento a partir do qual se revira o leme e se hasteiam as velas e ala que se faz tarde..
Anónimo disse…
Muitas das coisas inevitáveis que vamos adiando vão ficando cada vez mais pesadas em nós e sim, esse peso torna-se um sacrifício - até breve
Anónimo disse…
*praso
(correcção do post anterior)

Mário, sabes onde posso encontrar informação coerente sobre dislexia?
Anónimo disse…
(...)
é a isto que me refiro.. Porque raios terei sentido um apelo repentino a corrigir o "z"..

Talvez devesse ter ido ao dicionário em primeiro lugar..

hum..
A Flor disse…
Vai e volta em bem. DIVERTE-TE!


A Flor deixa-te um beijinho ternurento
e cá estou eu de volta a esta nossa forma de civilização :)
Poesia disse…
Também eu vou atrás dos sonhos e lembro-me da primeira vez que fui ao Brasil. Fui quando o sonho já não cabia mais dentro de mim e por isso atravessei o oceano, sózinho,sem conhecer ninguém fazendo a vontade ao meu sonho como quem leva uma criança ao disney world.
A minha mente ficou esvaziada,por fim,mas esvaziada do seu sonho pois encheu-se de conhecimentos e de lições que antes ela não tinha.
Eu e a minha mente tínhamos uma coisa de bom: naqueles bares ao ar livre ocupávamos sempre só uma cadeira e aí, vía-mos na rua a pobreza a rir e a divertir-se. Pessoas cheínhas de nada mas sorrindo para a vida.
Acreditem que cheguei mais rico e que afinal não tinha viajado sózinho;a minha mente acompanhou-me.
Regresei lá mais quatro vezes, mas já com amigos que me ofereciam a casa e a sua boa vontade.
Fiquei sem mãe aos desasseis anos e lá encontrei outra que sempre me vai buscar ao aeroporto e sempre chora quando a ele me leve para me vir embora.
Deu-me uns conselhos e um carinho tão especial que também ela passou a fazer parte dos meus sonhos.
Tudo isto são sonhos , mas sonhos reais.
cheguei a uma conclusão:
Quando vou atrás dos meus sonhos aprendo sempre algo que o meu egoísmo normalmente não me deixa ver mas,principalmente, regresso sempre com mais sonhos que me servem de combustível para poder viver melhor.

Obrigado pelo convite e por me dar a possíbilidade de exteriorizar aquilo que no nosso dia-a-dia temos de guardar para nós porque...você sabe
são estas as minhas boas vindas, o meu olá e o meu agradecimento aos sonhos.
Saudações a todos e quanto a si até ao dia 8

um abraço e muita alegria

Miguel
Poesia disse…
Cá estou eu mais um vez:
Muito obrigado pelas boas vindas(suponho que foram para mim)e deixe-me também expressar a minha felicidade por poder fazer parte de um grupo que me deixa honrado e com vontade de escrever,além de fazer comentários,e poder assim dar largas a tudo aquilo que vai dentro de mim.
A!! estou-me a lembrar da senhora com problemas de dislexia (não temos todos o mesmo problema quando escrevemos num PC?):
Olhe,deixe lá, penso que todos entendemos o que escreve com =s= ou com =z.
Não sou poeta nenhum, como fácilmente perceberão,, mas ás vezes a poesia vem falar comigo sem se poeocupar com a qualidade do poema que vai sair; o que interessa é a mensagem. Então,ás vezes Ela vem falar comigo para me dar uns "raspanetes".Nunca tinha contado isto a nínguém a não ser ao Sr. Mário.
Eu acho que (humildemente)há mais importância no sentir do que no falar (mas o Sr. Mário corriga-me se estiver errado,porque estou muitas vezes)e quando sentimos não somos dislexicos.
Então cá vai o poemasito:

Hoje o coração quiz falar!
Quiz-se impôr á inspiração.
Esta deu-lhe o seu lugar
E um pouco de imaginação.

Mas quando quiz começar
A dizer tudo o que queria
Ficou pasmado, a cismar,
Pois não o conseguia??!!

Procurou mil razões,
Colocou sua dúvida exposta,
Mas até de outros corações
Teve o silêncio como resposta.

Súbitamente,sem mais nem menos,
Encontrou-a no seu existir.
Como barómetro do amor que temos
Só precisa mesmo é de sentir...
Poesia disse…
P.S. Esqueci-me de dizer, que uns (pensam) que sofrem de dislexia e outros, como eu, não têm nenhum poder de síntese.

Quanto mais entro dentro da hipnoterapia melhor me sinto e mais sinto a necessidade tirar o mâximo de informações acerca dela.
Tenho aqui uma lista de livros que tirei da net para ,Sr. Mário, lhe pedir a sua opinião acerca dos mesmos.
Além do workshop que vou fazer nos dias 8 e 9 queria-lhe pedir a sua opinião de outros cursos que ache que deva ou não fazer...

Como nota, não estranhem todo este meu interesse:
È que, ao fim de mais de dois anos de sofrimento a hipnoterapia salvou-me literalmente a vida.
Como eu gostava de poder ajudar outras pessoas. Talvez este chat seja um meio para isso e também para continuar a ser ajudado.
Ah!! Sr. Mário, a minha prima (Filomena Matos) é aí professora universitária e tradutora da =ASA= e também ficou muito admirada com as minhas melhoras.
Não fiquem admirados com a minha gratidão pela hipnoterapia (não é dependencia,longe disso)tão pouco acreditem, não sou de elogio fácil,é o chegar ao fim de um sofrimento e de uma procura (por todo o lado)para acabar com ele e, por fim, por viver e não vegetar. Par alguns poderá parecer tolice mas para quem passa por aquilo quem eu passei é das maiores conquistas que se podem alcançar e muito importante, sem medicamentos.
Por isso,obrigado á minha anterior terapeuta, ao meu actual terapeuta(Sr. Mário)e á hipnoterapia, do fundo do coração.
Como é nomal já me alonguei demais.

Tudo de bom para vocês todos

Um abraço e muita alegria

Miguel
M. L. disse…
...e mudar é também não adiar. E hoje não adiei o gosto de "viajar aqui". Observar e actuar sem o limite da forma. Mudar soltando o magnífico voo do "ficar bem". + e +. Obrigada M.R.
Mudar é também não adiar.
Não adio a minha concordância contigo.
Obrigado ML

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